Dois empates e uma derrota a abrir, mais um empate antes da paragem dos campeonatos para as seleções, duas vitórias pelo meio (entre as quais uma histórica por 9-0 frente ao Bournemouth e outra por 2-1 com o Newcastle conseguida ao cair do pano com um golo de Fábio Carvalho). Se as coisas não estão fáceis na Liga dos Campeões para o Liverpool, que ganhou ao Ajax no último jogo mas tinha sido antes goleado pelo Nápoles, na Premier League ainda menos. Com isso, a margem de erro era pequena ou nula. E o próprio Jürgen Klopp assumia isso mesmo, em relação ao jogo com o Brighton e ao ciclo que se avizinha.

Klopp teve Darwin e Jota de volta e até lançou Carvalho a titular — mas faltou o golo para o Liverpool completar a inversão de marcha

“As próximas seis semanas são obviamente muito importantes para nós. Não tivemos o início de época que queríamos, por razões que se podem explicar e outras nem por isso. Não foi suficientemente bom aquilo que fizemos em alguns momentos mas é a partir daqui que partimos e o nosso trabalho é somar pontos. Leões? Sabemos que se todos recuperaram bem e os outros continuarem em forma, temos equipa para ligar com os grandes jogos. Se não for assim, fica complicado. A meio de outubro, se mais ninguém ficar de fora, estaremos finalmente completos”, referiu antes de anunciar que Andy Robertson, Curtis Jones, Naby Keita e Alex Oxlade-Chamberlain continuavam ainda de fora por motivos físicos.

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Ainda houve mais tópicos de conversa, como a defesa às capacidade de Alexander-Arnold sem bola (após a não convocatória para a seleção inglesa) ou os regressos de Luis Díaz, Diogo Jota e Darwin Núñez, mas o maior enfoque era mesmo o jogo com o Brighton e o estreante Roberto Di Zerbi, técnico italiano que entrou para o lugar de Graham Potter. E o tempo (e as dificuldades) explicaram o porquê disso mesmo.

Em apenas 20 minutos, o Brighton estava a ganhar por 2-0 em Anfield e podia mesmo ter chegado ao 4-0. Leandro Trossard, logo no quarto minuto, inaugurou o marcador numa insistência perto da área que deixou o belga em boa posição para o remate cruzado (4′), Welbeck cabeceou depois à figura de Alisson quando estava sozinho na área e com todas as condições para fazer melhor, Alisson voltou a ser o destaque ao evitar mais um golo com uma saída providencial mas Trossard conseguiu mesmo bisar pouco depois em mais uma saída rápida com toques de primeira até ao remate de pé esquerdo que bateu o brasileiro (18′).

Além dos problemas defensivos que se conjugaram depois com as boas dinâmicas ofensivas da equipa do Brighton, o Liverpool enfrentava também dificuldades na frente, com Salah, Firmino e Fábio Carvalho a terem pouco apoio e ligação até à entrada no último terço contrário. Era mais um desafio, este sobretudo muito inesperado tendo em conta os alertas de Klopp. E a retoma começou antes do intervalo, com Firmino a aproveitar uma assistência de Salah para fazer isolado na área o 2-1 (33′). Depois, no descanso, Luis Díaz entrou para o lugar de Fábio Carvalho e o jogo mudou, com incerteza no resultado até ao fim.

O Brighton nunca deixou de ter os olhos postos na baliza contrária com chegadas interessantes mas o colombiano assistiu Firmino numa transição para o empate (54′) e deu o mote para a reviravolta que surgiu num golo “esquisito” após um canto em que Robert Sánchez falhou a saída e Webster desviou a bola para a própria baliza (63′). O Liverpool parecia ter o encontro controlado mas os visitantes nunca desistiram de chegar pelo menos ao empate, chegando mesmo ao 3-3 a sete minutos do final com o hat-trick de Trossard, a rematar ao segundo poste após grande jogada de Kaoru Mitoma pela esquerda deixando de novo Alexander-Arnold como o elo mais fraco de uma equipa que falhou a vários níveis no lance.