Dificilmente seria possível menos produção ofensiva a nível de remates do que a primeira parte do jogo do Benfica em Guimarães: uma tentativa que saiu muito ao lado de Enzo Fernández aos 42′, nenhum tiro a ser enquadrado com a baliza de Bruno Varela, Gonçalo Ramos sem um único toque na bola na área. Afinal, 45 minutos depois, o cenário não melhorou muito: um total de seis remates em todo o encontro no Estádio Dom Afonso Henriques, apenas um enquadrado com a baliza num livre direto de longe de Grimaldo para defesa fácil do guarda-redes dos minhotos, uma única tentativa na área de bola corrida quando Brooks ganhou de cabeça no ar qual avançado para Draxler rematar muito por cima de pé esquerdo. Contas feitas, desde abril de 2021 que os encarnados não terminavam uma partida com tão pouca produção.

Enzo andou à procura de uma luz no jogo do campo escuro (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

A equipa comandada por Roger Schmidt quebrou em Guimarães uma série de 13 vitórias consecutivas, permitiu a aproximação do FC Porto (ficou apenas a três pontos com clássico este mês no Dragão) e voltou a ficar em branco numa partida 15 jogos compromissos depois, repetindo aquilo que tinha acontecido na última temporada na Luz no encontro que viria a dar o título de campeões aos azuis e brancos. Se é verdade que, no plano defensivo, os encarnados apresentaram a habitual solidez, na frente ficaram muito aquém até a comparar com o que tinham feito antes, a começar pelos seis remates que representam três vezes menos do que a média até aqui na Liga e quase seis vezes menos do que no último jogo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O V. Guimarães jogou muito bem, estiveram bem organizados como esperávamos. Sabíamos que não seria fácil marcar. Tivemos momentos para isso mas não foram grandes chances como normalmente temos. Não estivemos ao nosso máximo, faz parte do jogo. Quando não marcas tens de ficar com o ponto. Hoje, na minha opinião, ganhámos um ponto, porque foi um jogo difícil e podíamos ter perdido”, começou por assumir de forma pragmática Roger Schmidt na zona de entrevistas rápidas da SportTV após o jogo.

“Na primeira parte não tivemos a intensidade que tínhamos de ter. Estivemos sem a inteligência sem bola, sem os movimentos com bola, sem ritmo na posse, sem ligação entre os jogadores. Tentámos falar na segunda parte, para encontrar espaços, mas no final temos de aceitar que eles defenderam quase tudo. Substituições? Estava à procura de energia fresca. Acho que tentámos durante 65 minutos com os titulares e aí precisávamos de sangue fresco, com armas e forças diferentes. Depois com o Brooks na frente, mas temos de aceitar que nada funcionou hoje”, prosseguiu o técnico dos encarnados.

“É parte do futebol. Não esperávamos ganhar ganhar todos os jogos. Os jogadores estiveram bem até agora, não é fácil estar sempre prontos. As equipas que jogam contra o Benfica estão sempre extra motivadas defensivamente. É parte do futebol. Os jogadores sabem disso, temos de mostrar uma boa mentalidade, podemos estar desapontados mas temos de olhar em frente”, concluiu o treinador alemão.