Poucas horas depois da goleada do FC Porto frente ao Sp. Braga, que travou uma série de dois jogos sem vitórias diante do Club Brugge (0-4) e do Estoril (1-1), Pinto da Costa marcou presença no evento Mundo Azul e Branco, uma iniciativa organizada por elementos de várias casas dos dragões distribuídas pelo país e pelo mundo com o intuito de homenagear o presidente do clube pelos 40 anos na liderança. E foi também que fez um discurso com alguns pontos em comum ao que tinha realizado na distinção feita esta semana pela Associação de Futebol do Porto, no mesmo dia em que o FC Porto festejou o 129.º aniversário.

“Este é um momento em que o FC Porto tem muitas dificuldades, como todos os clubes têm em Portugal. Estamos assoberbados de impostos e sem ajuda estatal. Mas continuaremos a lutar para vencer e para proporcionar noites como a de ontem [sexta-feira] aos nossos adeptos, em que mostrámos realmente o que é ser FC Porto. Estamos aqui de todo o país, quase de todo o mundo. Por isso, é importante que fique bem claro que a campanha feita por alguns paineleiros da televisão quer passar a ideia de que somos o FC Porto contra o país. Não somos. Somos o FC Porto contra a centralização. Temos a mesma admiração e o mesmo carinho que temos pelos desportistas do Algarve, como do Minho, de Trás-os-Montes, Açores, Madeira… Todos nós juntos é que fazemos o FC Porto”, começou por apontar Pinto da Costa, que voltou a falar sobre o futuro dos azuis e brancos e também da sua presidência iniciada no ano de 1982.

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“Quando terminar, espero que daqui a muito tempo para chatear alguns, tenham a certeza que vou levar-vos a todos no coração. Continuo a ter todos os sonhos do mundo. E nesses sonhos estão incluídas todas as vitórias possíveis em todas as modalidades do FC Porto, mas está também incluído o bem-estar de todos os dragões, de cada um de vós”, acrescentou, antes de recordar histórias que teve em casas do clube.

“Os meus filhos e a minha mulher costumam dizer que para mim o FC Porto é a minha vida. Não é só a minha vida, mas é grande parte dela. O meu primeiro cartão de dirigente é de 1962, a maior parte de vós nem era viva.  Foi muito importante para mim ao longo destes anos todos os convívios que fiz nas nossas casas. De Norte a Sul, no estrangeiro, encontrei sempre momentos que me deram força e alento. Nunca posso esquecer as visitas que fiz ao longo destes 40 anos, às vezes em momentos em que estava desanimado e ficava com uma força que nem calculam. Se estou há 40 anos à frente do FC Porto, também o devo muito a vocês. Tive deslocações a Toronto, com 1.500 pessoas, que no dia seguinte tinha o pulso aberto por causa de tantos autógrafos… As idas à Afurada, à Madeira… Ficam todos na minha memória e sobretudo nunca sairão do meu coração enquanto ele bater”, destacou o líder dos dragões.

Em paralelo, Pinto da Costa abordou também o caso da criança de Famalicão que viu um jogo do Benfica em tronco nu para visar mais alguns comentadores. “Ouvi estupefacto, há dias, coisas em certos canais que me fizeram dizer assim: ‘Se este mundo não está todo doido, pelo menos alguns estão mesmo.’ A propósito de tirarem a camisola de um miúdo em Famalicão, e muito bem, porque era num local onde, por lei, não podiam estar adeptos visitantes. Isso foi assunto por uns dias na televisão e perguntaram a um senhor Mauro, ou Mouro, não sei bem, naqueles ‘Altos e Baixos’, qual era o Alto. O Alto era algo do Benfica, e o Baixo era Pinto da Costa, porque não falou da criança de Famalicão. E depois assisti a uma coisa mais incrível: um senhor a dizer na televisão que aquele lamentável e cobarde ataque ao carro da mulher de Sérgio Conceição, era devido ao discurso contra…”, concluiu o presidente dos portistas.