Depois do último debate antes das eleições presidenciais — que foi transmitido na TV Globo esta quinta-feira e em que se debateu a ideia de que a carne, para grande parte da população brasileira, é um artigo de luxo —, uma loja de congelados decidiu fazer uma promoção de picanha com a foto de Jair Bolsonaro. Esta promoção acabou, no entanto, com a intervenção da justiça, que determinou a aplicação de uma multa.

Um artigo que pode chegar aos 400 reais por quilo estava esteve domingo, em Góias, à venda por 22 reais — o equivalente a cerca de quatro euros. Para ter acesso à promoção, os clientes tinham de estar, obviamente, numa fila e tinham de vestir a camisola do Brasil. Além disso, a promoção era limitada a duas unidades por pessoa, como anunciou a loja nas redes sociais.

Um dia antes de os brasileiros se dirigirem às urnas, a publicidade surgiu no Instagram com a foto de Bolsonaro. E Michelle Bolsonaro, mulher do candidato do Partido Liberal, a comentar: “Muito patriota.”

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O desconto levou então, este domingo, dezenas de pessoas à loja mesmo antes da sua abertura. E, quando as portas se abriram, gerou-se uma enorme confusão, tal como mostram os vários vídeos partilhados nas redes sociais.

As autoridades foram chamadas ao local e a justiça acabou por analisar o caso. “A venda de carne nobre em preço manifestamente inferior ao praticado no mercado, no valor de 22 reais, revela indícios suficientes para caracterizar conduta possivelmente abusiva do poder económico em detrimento da legitimidade do processo eleitoral”, lê-se na decisão do Tribunal Superior Eleitoral, citado pelo G1.

Assim, o tribunal suspendeu a venda da picanha a 22 reais e impôs uma multa de 10 mil reais por cada hora em que a promoção estiver em vigor.