Depois dos resultados deste domingo, além da disputa que vai acontecer na segunda volta das eleições do Brasil, há já a registar algumas mudanças em relação aos governadores e senadores. E, num país onde a maioria da população é feminina, apenas dois estados serão governados por mulheres a partir de 2023. Nestas eleições, estavam disponíveis 27 lugares para governadores — 25 serão ocupados por homens.

A vencedora certa é, para já, Fátima Bezerra, que se candidatou ao cargo de governadora do Rio Grande do Norte, onde, aliás, já exercia este cargo. O Rio Grande do Norte é, historicamente, associado ao Partido Trabalhista, que é precisamente o partido da antiga professora. Fátima Bezerra consegui mais de um milhão de votos, o equivalente a 58,31% do total de votos, ficando à frente do candidato do partido Solidariedade, Fábio Dantas, que teve menos de metade dos votos da candidata do PT.

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Como Fátima Bezerra teve a maioria dos votos, conseguiu assim garantir o lugar de governadora. Caso não conseguisse alcançar os 50%+1, teria de disputar o cargo na segunda volta com o segundo candidato mais votado — uma regra válida apenas para a eleição do presidente e dos governadores.

Foi precisamente isto que aconteceu em Pernambuco, onde duas mulheres ficaram em primeiro e segundo lugares. Por isso, apesar de não se saber quem será, existe uma certeza: será uma mulher a governar este estado. A disputa será então entre Marília Arraes, do partido Solidariedade, que contou com 23,97% dos votos, e Raquel Lyra, do PSDB, que teve 20,58%. E estas foram as únicas mulheres a concorrer para o cargo, que terá como responsabilidade, por exemplo, a segurança pública.

O número de governadoras este ano é, no entanto, menor do que o que foi conseguido nas últimas eleições, em 2018, ano em que o Brasil teve três governadoras. Além de Fátima Bezerra, que foi agora reeleita, o eleitorado brasileiro decidiu eleger Regina Sousa, do PT, para governar o estado de Piauí, e Izolda Cela, candidata independente, para governar o estado do Ceará.