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Os relatos de violência na guerra da Ucrânia não param de chegar e, em muitos casos, as principais vítimas são as mulheres ucranianas, forçadas a trabalhos escravos e vítimas de abusos sexuais para garantirem comida e bens essenciais.

A ONU Mulheres, entidade que se compromete a lutar pelos direitos das mulheres e garantias de igualdade de género, no documento “Efeitos mundiais da crise na Ucrânia no acesso a energia, segurança alimentar e nutrição de uma perspetiva de género”, além de fazer um retrato das condições de vida das mulheres ucranianas, apela à comunidade mundial para que possa existir intervenção neste campo.

O relatório conclui que as mulheres e crianças são as mais afetadas com a escalada da guerra — fenómeno comum em países que estão em conflito –, havendo um aumento da violência de género, tráfico de pessoas, exploração sexual e perda de condições de vida. “Todos os conflitos, da Ucrânia a Myanmar até ao Afeganistão, do Sahel ao Iémen, têm um preço mais alto para mulheres e raparigas”, explica a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous.

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O aumento do preço da energia e dos bens alimentares é outro fator que contribui para que cada vez mais mulheres ucranianas se encontrem em situação de risco. Assim, não só se dedicam a trabalhos escravos para que a alimentação não falte, como também acabam expostas a combustíveis fósseis de baixa tecnologia, responsáveis pela contaminação do ar que mata cerca de 3,2 milhões de pessoas por ano.

A ONU recorda ainda que 265 mil ucranianas se encontravam grávidas quando a guerra começou, a 24 de fevereiro, e ficaram privadas de cuidados de saúde básicos. Outras foram obrigadas a deixar a escola e casar com soldados russos em troca de alimentação e segurança.

A entidade pede assim à comunidade internacional que envie ajuda humanitária para a Ucrânia com o objetivo de  reverter a situação e assegurar condições de vida dignas a mulheres e meninas:

As crises sistémicas de género requerem soluções sistémicas de género. Isso significa que é preciso garantir às mulheres e raparigas, incluídas em grupos marginalizados, que fazem parte do processo de toma de decisões. Esta é a única forma de estarmos seguros de que os seus direitos e necessidades são tidos em conta na hora de respondermos aos desafios que nos são propostos”, conclui Sima Bahous.