Ao 222.º dia de guerra, a Ucrânia anunciou que conquistou o controlo total de um centro logístico da Rússia em Lyman, cidade libertada durante o fim-de-semana. Este avanço é descrito pela imprensa internacional como uma das mais significativas vitórias da Ucrânia em semanas, já que poderá perturbar a logística das forças russas.

A mobilização decretada por Vladimir Putin – a primeira desde a Segunda Guerra Mundial – continua a ser outro dos temas de foco. O comissário militar da região russa de Khabarovsk terá sido removido do cargo após metade das pessoas mobilizadas não cumprirem com os critérios, avançou a Reuters. Cerca de metade dos homens mobilizados regressaram a casa por não cumprirem com os critérios de entrada no serviço militar.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que os novos soldados enviados pela Rússia, “sem treino ou experiência de combate”, estão a morrer na guerra. No mesmo dia, alguns dos primeiros reservistas russos mobilizados por ordem do Presidente Vladimir Putin chegaram à região de Lugansk.

Esta segunda-feira foi ainda divulgado que a Ucrânia deverá fazer parte da candidatura conjunta de Portugal e Espanha para organizar o Mundial 2030. Segundo o jornal britânico Times, a nova parceria deverá ser oficialmente anunciada pelos dois países durante uma conferência de imprensa na sede da UEFA, na quarta-feira.

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Pode acompanhar neste liveblog os principais desenvolvimentos da guerra na Ucrânia.

O que se passou durante a noite?

  • Os Estados Unidos vão em breve enviar à Ucrânia um novo pacote de ajuda militar no valor de 625 milhões de dólares, que deve incluir mais quatro HIMARS, disseram à AP oficiais norte-americanos.
  • Uma sondagem do Rating Group, com sede em Kiev, revela que 83% dos ucranianos apoia a adesão à NATO, avança a Reuters. Os resultados são conhecidos depois do Presidente ucraniano ter anunciado um pedido de “adesão acelerada” à aliança militar.
  • A Rússia demitiu o comandante do distrito militar ocidental, Alexander Zhuravlyov, avança a Reuters, citando a agência RBC. Esta é a mais recente demissão após uma série de altos funcionários terem sido removidos dos cargos devido às derrotas na guerra na Ucrânia.
  • Após vários meses sob cativeiro russo, os comandantes de Azovstal – recentemente libertados numa troca de prisioneiros entre Kiev e Moscovo – reencontraram-se pela primeira vez com as famílias.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros convocou o embaixador russo em Lisboa, a quem transmitiu a “firme rejeição” e a “inequívoca condenação” do Governo português da anexação “ilegal” de territórios ucranianos pela Rússia.
  • O empresário Elon Musk publicou no Twitter uma sondagem sobre o seu plano para um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

O que se passou durante a tarde?

  • A União Europeia (UE) saudou o compromisso de Israel para evitar que a Rússia contorne as sanções europeias, apelando a mais “trabalho em conjunto” nesta matéria, na primeira reunião em dez anos entre Bruxelas e Jerusalém.
  • O ministro da Defesa da Lituânia considera que as negociações sobre a adesão da Ucrânia à NATO devem começar agora. A Ucrânia pode contar com o “apoio incondicional” quanto à candidatura, garantiu Arvydas Anusauskas.
  • O Presidente ucraniano denunciou um ataque russo a um hospital em Kupiansk, na região de Kharkiv. Segundo Volodymyr Zelensky, morreu um médico e uma enfermeira ficou ferida.
  • Três recrutas russos convocados para a guerra na Ucrânia morreram num centro de treinos na localidade de Poroshino, na região russa de Yekaterinburg, avançam os jornais russos Novaya Gazeta e Moscow Times.
  • O chefe regional de Kherson, nomeado pela Rússia, disse que as forças ucranianas fizeram alguns progressos na região, no sul do país. “É tenso, digamos assim”, disse Vladimir Saldo na televisão estatal russa. Do lado ucraniano pedem silêncio sobre os progressos. “Não divulguem notícias, mesmo que positivas, sobre as ações das nossas unidades”, pediu Vladislav Nazarov, um porta-voz da região sul.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Checa aconselhou os cidadãos checos que vivem na Rússia a abandonarem o país devido ao sentimento de insegurança causado pelo risco crescente associado à mobilização militar decretada pelo Presidente russo.
  • Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), revelou que o diretor-geral da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, Ihor Murashov, já foi libertado. Murashov tinha sido detido por uma patrulha russa na sexta-feira, 30 de setembro.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia declarou o diplomata russo no país, Sergey Ryabokon, como “persona non grata”. Ryabokon, que está instalado na embaixada russa em Vilnius, tem agora “cinco dias para abandonar o país”.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou o Ocidente de imitar Hitler, ao usar a Ucrânia como “instrumento de guerra” contra a Rússia, como a Alemanha fez contra a URSS na Segunda Guerra Mundial.
  • As bolhas geradas pelas fugas de gás no gasoduto Nord Stream 1 pararam, mas subsistem no Nord Stream 2, informou a Guarda Costeira sueca, após um sobrevoo das duas estruturas no Mar Báltico, danificadas alegadamente por sabotagem.
  • Peskov comentou as declarações de Kadyrov, o líder checheno e aliado de Putin, sobre medidas mais drásticas e uso de armas nucleares na Ucrânia. “Este é um momento muito emocional. Os líderes das regiões têm o direito de expressar o seu ponto de vista. Mas, mesmo nos momentos mais difíceis, as emoções devem ser mantidas fora de qualquer análise. Por isso preferimos ficar-nos por avaliações equilibradas e objetivas”, disse Peskov à imprensa.

O que se passou durante a manhã?

  • A situação continua perigosa em Lyman, cidade recuperada aos russos, devido às minas deixadas na região. As forças ucranianas estão a tentar libertar o terreno.
  • O ministro das Finanças da Rússia diz que o país tem condições financeiras para suportar as quatro regiões anexadas – mas não apresentou detalhes sobre a questão.
  • O Kremlin quer consultar os residentes de Kherson e Zaporíjia, duas das regiões anexadas, para perceber como devem ser definidas as fronteiras.
  • O ex-diretor da CIA avançou que, na eventualidade de Vladimir Putin recorrer às armas nucleares, os EUA podem “destruir todas as tropas russas e frota no Mar Negro”.
  • O comissário militar da região russa de Khabarovsk terá sido removido do cargo após metade das pessoas mobilizadas não cumprirem com os critérios, avançou a Reuters.
  • Países europeus vão chamar diplomatas russos para manifestar descontentamento com os referendos que levaram à anexação de quatro regiões ucranianas. “Foi acordado que “ao mesmo tempo, mais ou menos no mesmo dia, será apresentada esta posição [de discórdia dos referendos] aos embaixadores russos residentes nos respetivos países”, explicou em entrevista o ministro adjunto dos Negócios Estrangeiros da Polónia.
  • O líder checheno, Kadyrov, diz que vai enviar os três filhos menores de idade para a guerra na Ucrânia.

Ex-diretor da CIA: se Putin utilizar armas nucleares, EUA vão destruir todas as tropas russas e frota no Mar Negro

O que se passou durante a madrugada?

  • Após as intensas ameaças de Putin, a NATO alertou todos os seus estados membros para o movimento do submarino russo que transporta o Poseidon, “a arma do apocalipse” do exército russo.
  • Um ataque em Zaporíjia terá destruído um centro de reabilitação para crianças com necessidades especiais. O ataque das forças russas não terá feito mortos.

Ucrânia diz que tem controlo total do centro logístico russo em Lyman