Figuras antropomórficas, mundos bizarros, robôs e tecnologia, entre guerras de humanos pela sobrevivência do planeta. As séries de animação são, porventura, as que mais têm contribuído para a expansão de horizontes e dos mundos paralelos que vieram para ficar. São muitas as premissas que nos últimos anos se têm materializado e ganho adeptos, bastante fervorosos, diga-se. O Observador recomenda-lhe sete séries de animação para ver nas plataformas de streaming.

“BoJack Horseman”

Netflix

Elogiada pela sátira à cultura de entretenimento, mas também pelo tratamento realista que faz de temas como a depressão, o racismo e a condição humana, “Bojack Horseman” é considerada uma das mais bem-sucedidas séries de animação de sempre. Conta a história de um ator (um cavalo), que tenta regressar ao estrelato, depois de ter sido protagonista numa sitcom célebre dos anos 90. Ambientada num mundo onde seres humanos e animais antropomórficos convivem harmoniosamente, a série acompanha o protagonista a partir do momento em que este contrata uma ghostwriter para escrever a sua biografia, pelo meio de uma história decadente, onde se mistura ambição com nostalgia. Com seis temporadas, “Bojack Horseman” foi amplamente distinguida pela crítica.

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“Solar Opposites”

Disney+

Criação recente dos autores de “Rick e Morty”, esta sitcom de animação gira em torno de uma família de alienígenas que fugiram do seu mundo em devastação para ir aterrar no planeta Terra, mais especificamente, numa zona suburbana dos EUA. E se a princípio, os novos habitantes se sentem isolados e desconfortáveis com os costumes dos terráqueos, rapidamente se assiste a uma verdadeira jornada de descoberta e adaptação — sempre marcada pelo humor — ao novo estilo de vida. Originalmente criada para a Fox Broadcasting Company, a série foi entretanto comprada pela Hulu, distribuída pela Disney+ e renovada para uma quarta temporada, a ser lançada no próximo ano.

“Dogs in Space”

Netflix

“Dogs in Space” é uma série de animação da Netflix criada por Jeremiah Cortez. Com um título auto-explicativo, esta série de animação narra a aventura de um grupo de cães enviados para o espaço por cientistas humanos, com a missão de encontrarem um planeta que possa ser habitado no futuro. Com a Terra em perigo, num futuro não tão distante da realidade, estes cães geneticamente modificados querem, acima de tudo, cumprir a missão que lhes foi confiada e regressar para juntos dos seus donos. Produzida pela Atomic Cartoons, “Dogs in Space” conta, até ao momento, com duas temporadas.

“Star Wars: O Lote Estragado”

Disney+

É o spin-off da famosa série de animação “Star Wars: The Clone Wars”, lançada em 2008, e uma das mais recentes apostas da Disney. Produzida pela Lucasfilm Animation, “Star Wars: O Lote Estragado”, acompanha a unidade 99, um esquadrão de elite militar, composto por cinco soldados clones com mutações genéticas que embarcam em diversas missões já depois do fim da guerra dos clones. Depois de uma primeira temporada bem-sucedida, a segunda acabou de estrear no passado mês de setembro. Verdadeiramente, a franquia Star Wars veio para ficar.

“The Midnight Gospel”

Netflix

“The Midnight Gospel” segue Clancy Gilroy, um explorador do universo e autor de um programa de podcast, com a missão de entrevistar os ocupantes bizarros e fantásticos que conhece pelo caminho. Criada por Pendleton Ward (Adventure Time) e pelo comediante Duncan Trussell, cada episódio foi definido como uma entrevista real derivada do podcast The Duncan Trussell Family Hour, onde se abordam temas relacionados com religião e espiritualidade. Desta forma, a série materializa através da animação o projeto de Duncan, numa jornada onde se medita sobre sobre questões profundamente pessoais e existenciais.

“Arcane”

Netflix

Baseado no mundo e nos personagens do célebre videojogo “League of Legends”, “Arcane” conta a história de Vi (Hailee Steinfeld) e Jinx (Ella Purnell), duas irmãs separadas, que lutam em lados opostos de uma guerra entre tecnologias mágicas e ideais divergentes. Ambientada nas cidades gémeas de Piltover e Zaun, a primeira série animada da Riot Games (em conjunto com a Netflix), traz-nos um mundo de fantasia, de temas fraturantes, como os conflitos sociais e a política. Um retrato das disparidades de classe, num ambiente distópico marcado pelo impacto da tecnologia na sociedade.

“Harley Quinn”

HBO Max

“Harley Quinn” é uma série de animação de super-heróis baseada na personagem homónima da DC Comics, criada por Paul Dini e Bruce Timm. Segue as aventuras de Harley Quinn, que depois de, finalmente, cortar relação com o conhecido vilão Joker, tenta singrar sozinha em Gotham City como rainha do crime. Para isso, conta com a ajuda de Poison Ivy e de outros vilões deste universo, com o objetivo de tentarem conquistar um lugar na Legion of Doom. Escrita e produzida por Justin Halpern, Patrick Schumacker e Dean Lorey, a série foi, recentemente, renovada para uma 4.ª temporada.

“Big Mouth”

Netflix

Nesta série cocriada por Nick Kroll (que também empresta sua voz a muitas personagens), observa-se uma exploração intransigente da idade da pré-puberdade e mesmo da adolescência. “Big Mouth” segue um grupo de jovens que enfrentam novos dilemas emocionais e excitações físicas, à medida que vão aprendendo a lidar com a sua sexualidade emergente, lutando contra a estranheza diariamente. Juntos nesta difícil fase da vida de qualquer ser humano, surgem os super-sexualizados “anjos-da-guarda” como seus monstros hormonais Maurice, Connie — the hormone monstress e Mona, que os irão acompanhar durante uma jornada de desafios e lições para a vida.

“Undone”

Amazon Prime Video

Nesta série de animação da Amazon Prime Video, mistura-se a estética da técnica de rotoscopia – que consiste em criar sequências animadas desenhando as imagens de um vídeo real, quadro a quadro – com uma história de grande profundidade emocional. Conta a história de Alma, uma jovem de 28 anos infeliz e sem rumo, cujos relacionamentos com todos os seus entes queridos são tensos, que após sofrer um acidente de carro, descobre que possui controle sobre o tempo e usa essa habilidade para descobrir a verdade sobre a morte de seu pai. É o início de uma jornada emocional e de descoberta que tem valido a aclamação crítica.

“Love, Death & Robots”

Netflix

Comédia, terror, ficção científica e fantasia: são muitos os temas que cabem nesta série antológica da Netflix, onde se demonstra mais uma vez como a animação não escolhe idades. Produzida por Joshua Donen, David Fincher, Jennifer Miller e Tim Miller, “Love, Death & Robots” consiste num conjunto de 18 episódios independentes que contêm diferentes narrativas, criadas por estúdios de animação de vários países. Reconhecida pela sua componente visual, mas também pelas suas histórias, a série marcada pela premissa do futuro pós-apocalíptico tem traçado um caminho de sucesso e já foi renovada para uma 4.ª temporada.