O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, defendeu esta terça-feira que é preciso acelerar a capacidade de disponibilização de águas residuais, e considerou que um dos maiores desafios do país é melhorar a “governança da água”.

Lembrando que este é o segundo pior ano de seca desde 1931, deixando alertas para um futuro com menos água, Duarte Cordeiro insistiu na necessidade da poupança de água em todos os setores, num contexto em que se estima que passe a chover menos 15%, possivelmente menos 25%, até final do século.

Falando no encerramento de uma iniciativa em Lisboa denominada “Nós temos água”, dedicada à inovação no setor e organizada pela “Águas do Tejo Atlântico”, Duarte Cordeiro salientou que cada vez mais a água tem de ser reaproveitada, acrescentando: “melhorar a governança deste recurso é um dos nossos maiores desafios”.

É preciso, disse, diminuir perdas, diminuir o consumo, ter mais aproveitamento nas captações e acelerar a reutilização, e também investir na dessalinização em alguns locais do país.

Dos 600 milhões de metros cúbicos de água que são consumidos por ano é preciso reaproveitar parte deles, salientou Duarte Cordeiro, que presidiu depois, simbolicamente, ao lançamento de uma nova cerveja Vira (Vira Stout) que é produzida com água reciclada, um projeto da “Tejo Atlântico” que já foi premiado.

Na iniciativa participaram especialistas do setor e foi debatido um estudo que indica que os portugueses estão muito preocupados com a falta de água (quatro em cada cinco) e a grande maioria considera-a a primeira necessidade, sendo também a maioria das pessoas que acha que há um consumo excessivo e abusivo de água.

Apesar da sensibilidade para o problema da escassez de água só um em cada três portugueses é que adota comportamentos de racionalidade no uso da água, segundo o estudo.

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