No primeiro semestre deste ano, 96,4% das crianças nascidas em 2020 já tinham completado as três doses da vacina contra o meningococo B (MenB), a última a entrar no Programa Nacional de Vacinação (em outubro de 2020).

Os dados preliminares de 2022 foram divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) esta terça-feira, no dia em que se completam 57 anos da introdução do programa em Portugal.

A meta do Programa Nacional de Vacinação (PNV) é conseguir uma taxa de vacinação de, pelo menos, 95% para todas as vacinas e de acordo com as idades em que é recomendada cada dose — exceto a vacina contra infeções por vírus do papiloma humano (HPV) cuja cobertura desejada é de, pelo menos, 85%. Os dados preliminares do primeiro semestre dão continuidade aos resultados em anos anteriores.

Vacina contra HPV

No primeiro semestre de 2022, 85 a 87% dos rapazes nascidos em 2009 e 2010 já tinham recebido a primeira dose da vacina. Os rapazes nascidos neste período, que este ano completam 12 e 13 anos, tinham no final de 2021 uma cobertura vacinal entre 79 e 81%, de acordo com o boletim do ano passado.

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A vacina contra o HPV foi introduzida no PNV para os rapazes em outubro de 2020, mas desde 2008 que é dada às raparigas. Os dados de 2021, publicados em abril deste ano, mostram que 89% das meninas com 12 anos (na altura) já tinham a segunda dose da vacina, assim como 94% das que tinham 14 anos.

Vacina contra sarampo

Portugal eliminou o sarampo e a rubéola em 2017, de acordo com o estatuto conferido pela região europeia da Organização Mundial da Saúde (OMS/Europa), e “continua a cumprir todas as metas nacionais e internacionais do Programa Nacional de Eliminação do Sarampo e da Rubéola”, indica a DGS.

Apesar dos surtos de sarampo que se têm registado em vários países, Portugal mantém uma elevada proteção com mais de 95% das crianças e jovens com idade até aos 18 anos completamente vacinadas.

Vacina contra MenB

Esta vacina passou a ser de uso universal (dada a todas as crianças) a partir de 2020, com possibilidade de vacinação também das crianças nascidas em 2019. Os dados de 2021 mostravam que 98% das crianças nascidas em 2020 tinham tomado a segunda dose da vacina e que 89% das crianças nascidas em 2019 já tinham tomado a terceira dose.

Das crianças nascidas em 2020, 96,4% tomou a terceira dose no primeiro semestre deste ano conforme os dados agora divulgados.

Controlar a poliomielite

O Programa Nacional de Vacinação foi introduzido em outubro de 1965 com o objetivo de eliminar e controlar doenças que podiam ser prevenidas pelas vacinas, incluindo a poliomielite que causava paralisia infantil.

A vacinação em massa contra a poliomielite foi precedida por uma Campanha de Educação Sanitária, de sensibilização da população para a importância e segurança das vacinas, e, de outubro de 1965 até ao final de 1966, foram administradas mais de 3,2 milhões doses de vacinas, sobretudo a crianças até aos 9 anos — um feito incrível numa sociedade pouco desenvolvida e com uma fraca rede de serviços de saúde.

Em 2021, 99% das crianças nascidas ano anterior tinham tomado já três doses da vacina contra a poliomielite.

“A vacinação universal e organizada teve impacte imediato com a queda abrupta da incidência de poliomielite, resultado que foi determinante para a aceitação do programa”, escreveu a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, no 50.º aniversário do PNV.