A Alsa Todi tem “mais 20 motoristas a trabalhar desde segunda-feira” para assegurar os transportes públicos rodoviários nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, mas as “carreiras efetuadas ainda são insuficientes”, considerou esta terça-feira a Câmara de Setúbal.

“Da perceção e da informação que temos, há efetivamente algumas melhorias, mas que ainda se podem considerar distantes daquilo que é a exigência que fazemos, que é obviamente o cumprimento do contrato integral, no que respeita ao número de carreiras e ao cumprimento dos horários”, disse à agência Lusa a vereadora do Urbanismo, Habitação e Mobilidade, Ana Rita Carvalho.

Segundo Ana Rita Carvalho “há carreiras que não eram feitas e que começaram a ser realizadas [na segunda-feira] e há um reforço de carreiras em horários que estavam suprimidos”, mas que já estão “a ser cumpridos porque houve o reforço da equipa de motoristas”.

Ainda assim, acrescentou, “é necessário haver um incremento de mais motoristas para garantir a totalidade do serviço”.

De acordo com a autarca setubalense, a Alsa Todi informou a Câmara Municipal de que estavam ao serviço mais 20 motoristas desde segunda-feira e que a empresa continua a desenvolver esforços para trazer para Portugal dezenas de trabalhadores que já terá contratado em Cabo Verde, devido à alegada falta de mão-de-obra em Portugal.

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Questionada sobre as razões que terão levado ao incumprimento da Alsa Todi, no número de carreiras e horários contratualizados com a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), Ana Rita Carvalho disse que a própria empresa atribui as dificuldades que tem tido à alegada falta de motoristas no mercado de trabalho.

A autarca negou, no entanto, a ideia de que o mau funcionamento da nova operadora do lote 4 (que abrange os concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal) possa estar relacionado com os pedidos de alteração de carreiras e horários por parte dos municípios.

“Não se pode colocar aqui a questão de terem sido essas exigências das câmaras municipais, essas alterações, esses pedidos de alteração de horários, que conduziram a este incumprimento da empresa. Não considero que isso seja um argumento para a situação em que nos encontramos”, disse Ana Rita Carvalho.

A vereadora com o pelouro da mobilidade na Câmara de Setúbal garantiu ainda que a autarquia sadina “vai continuar a acompanhar a situação e não vai desistir do cumprimento do serviço, nos termos em que foi contratualizado e prometido à população e aos utilizadores”.

A agência Lusa contactou a Alsa Todi, mas a empresa escusou-se a fazer qualquer comentário, dizendo apenas que está a desenvolver esforços para regularizar a situação o mais rapidamente possível”.

No sábado, cerca de 300 pessoas associaram-se a uma manifestação organizada pela Câmara de Setúbal contra o mau serviço de transporte público rodoviário prestado pela Alsa Todi desde que iniciou a operação no lote 4, há cerca de quatro meses.