A TAP criticou, esta terça-feira, a intenção da ANA — Aeroportos de Portugal de aumentar as taxas aeroportuárias, defendendo que a iniciativa seria “desproporcionada”, tendo em conta a falta de investimento nas infraestruturas.

Em comunicado, a transportadora disse que “está bastante preocupada com a anunciada intenção de aumentar as taxas aeroportuárias revelada pelo concessionário dos principais aeroportos portugueses”.

A TAP garantiu que “esta medida seria desproporcionada, dada a ausência de investimentos significativos nos aeroportos portugueses nos últimos anos e as ineficiências e constrangimentos recorrentes, que afetam em particular o nível de serviço prestado às companhias aéreas e a todos os passageiros que utilizam o aeroporto de Lisboa”.

De acordo com a transportadora “os valores propostos pela ANA Aeroportos para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2023 representariam aumentos por passageiro de 35 cêntimos nos Açores, 79 cêntimos na Madeira, 80 cêntimos em Faro, 81 cêntimos no Porto e 1,53 euros em Lisboa”.

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“Caso estes aumentos se concretizassem, somados ao forte aumento do preço dos combustíveis, significariam um aumento dos custos das companhias aéreas com impacto nos preços das viagens para os residentes em Portugal, assim como reduziriam a competitividade de Portugal como destino turístico”, alertou a TAP.

Segundo a companhia, os aumentos “contribuiriam também para agravar a situação económica da TAP Air Portugal, principal cliente dos aeroportos nacionais, dos passageiros aéreos em geral e dos passageiros portugueses em particular, especialmente os que vivem nas regiões autónomas”.

A TAP considera que “mesmo antes destes aumentos, as taxas cobradas aos passageiros dos voos domésticos entre aeroportos portugueses ou com escala no hub de Lisboa são já significativamente mais elevadas do que as cobradas nos aeroportos e ‘hubs’ das principais companhias aéreas europeias” concorrentes da transportadora, alertando que “também as taxas aeroportuárias cobradas aos passageiros que viajam da Europa para o Brasil, Estados Unidos ou África são já significativamente mais elevadas em Portugal do que as cobradas aos passageiros que fazem escala nos principais ‘hubs’ europeus”.

A companhia referiu que “será parte ativa no processo de consulta lançado pela ANA Aeroportos e informará a ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil] e outras autoridades competentes da sua oposição determinada a estes aumentos das taxas aeroportuárias em Portugal e da necessidade de encontrar uma abordagem diferente em relação às taxas aeroportuárias que possa funcionar como fator competitivo para a economia portuguesa”.