A Coreia do Norte lançou esta quinta-feira mais dois mísseis balísticos de curto alcance, em direção às suas águas, depois de os Estados Unidos terem destacado um porta-aviões para perto da península coreana.

O destacamento do porta-aviões norte-americano surgiu em resposta ao anterior lançamento por parte de Pyongyang de um míssil de capacidade nuclear sobre o Japão.

Os últimos lançamentos de mísseis sugerem que o líder norte-coreano, Kim Jong-un está determinado a continuar com os testes de armas destinados a impulsionar o seu arsenal nuclear, desafiando as sanções internacionais.

Muitos especialistas dizem que o objetivo de Kim é acabar por ganhar o reconhecimento dos EUA como Estado nuclear legítimo e o levantamento dessas sanções, embora a comunidade internacional não tenha mostrado sinais de permitir que isso aconteça.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os últimos mísseis foram lançados com 22 minutos de diferença, caindo entre a península coreana e o Japão, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em comunicado.

Os detalhes do voo foram semelhantes às avaliações japonesas anunciadas pelo ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, que confirmou que os mísseis não atingiram a zona económica exclusiva do Japão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte admitiu esta quinta-feira que os recentes lançamentos de mísseis balísticos de Pyongyang são “medidas de retaliação” contra os exercícios militares conjuntos conduzidos por Seul e Washington na região.

Na quarta-feira, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Rússia e a China demarcaram-se de uma condenação geral ao teste com um míssil balístico realizado pela Coreia do Norte e que sobrevoou o território do Japão.

Excetuando a Rússia e a China, todos os membros do Conselho de Segurança criticam o lançamento do míssil norte-coreano, referindo que foram violadas várias resoluções das Nações Unidas.

Parte dos países pediu ainda medidas adicionais contra o governo de Pyongyang, que já está sujeito a fortes sanções internacionais.

Porém, a imposição de novas sanções parece impossível devido à posição da Rússia e da China que, em maio, já vetaram uma resolução nesse sentido, tendo esta quinta-feira mantido a mesma linha de orientação.

Moscovo e Pequim culparam os Estados Unidos e os seus aliados pelos últimos testes de armas realizados pela Coreia do Norte, afirmando que estes foram realizados em resposta às suas manobras militares na região.

Os dois países insistiram que é Washington que deve fazer concessões para facilitar o regresso ao diálogo com Pyongyang e que não consideram apropriadas novas sanções.