O presidente da Câmara do Porto defendeu esta quinta-feira a necessidade de serem criadas mais salas de consumo a nível metropolitano, adiantando que, desde 2018, foram recolhidos mais de 300 quilogramas de resíduos relacionados com o consumo de droga.

“Gostava de ter [uma unidade móvel] nos municípios vizinhos, porque muita desta população, como a população sem-abrigo, não é do Porto. Isto tem de ser visto a um plano metropolitano”, afirmou, em declarações aos jornalistas, Rui Moreira.

À margem da reunião do Conselho Municipal de Segurança, o autarca independente adiantou que desde 2018, no Porto, foram recolhidos 300 quilogramas de lixo relacionado com o consumo de droga na via pública.

“Foram mais de 300 quilogramas de lixo potencialmente perigoso apreendido e recolhido com riscos evidentes. Tudo isto são seringas ensanguentadas na via pública”, afirmou.

Aos jornalistas, Rui Moreira salientou que o trabalho de limpeza continuará a ser feito pelo município, mas que este não é responsável pela área da “proteção e segurança”, competência que não quer ver descentralizada do Estado central para as autarquias.

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Em termos de combate ao tráfico, proteção e segurança não podemos fazer nada. É uma competência do Ministério da Administração Interna e do Governo e bem, porque não gostaria que a proteção e segurança competissem aos municípios”, observou, dizendo, no entanto, que seria “bom” que a tutela ouvisse os presidentes de câmara.

Dizendo concordar com a descriminalização do consumo de droga, Rui Moreira defendeu que a mesma tem de se fazer acompanhar de “medidas na área da saúde, segurança social, reinclusão, proteção e segurança, e combate muito ativo ao tráfico”.

Durante a reunião do Conselho Municipal de Segurança, o vereador com o pelouro do Ambiente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, esclareceu que desde 2018, no âmbito do programa “Porto, Cidade Sem Droga” – que visa a recolha de resíduos proveniente do consumo de estupefacientes sobretudo nas zonas da Pasteleira, Lordelo do Ouro e Aleixo – foram realizadas 8.867 intervenções, das quais resultaram a apreensão e recolha de 363.900 quilogramas (Kg) de resíduos.

Só em 2022, foram recolhidos 89% dos resíduos apreendidos em 2021 (112.540 quilogramas até ao dia 16 de setembro), prevendo a autarquia que sejam recolhidos 158.880 quilogramas de resíduos até ao final do ano.