António Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, afirmou que a região tem “água para 12 meses” e preconiza que — “se continuar a não chover” — o território pode chegar ao “final de 2023 sem água para abastecimento público”. 

Ao Expresso, António Pina defendeu que, face a este cenário, é “preciso impor quotas de captação”, sendo necessário “acabar com o conceito de a água subterrânea pertencer aos donos dos terrenos privados, o que impossibilita a gestão pública”.

De acordo com o seminário, que cita dados da Agência Portuguesa do Ambien­te, as bacias das ribeiras do Barlavento algarvio estão a 9% da sua capacidade e as do Sotavento a 32%. Apesar de as chuvas de setembro terem melhorado ligeiramente o panorama, a situação permanece crítica.

Devido à escassez hídrica, o Algarve aplicou medidas no início de verão, como o encerramento de piscinas públicas ou a suspensão da rega de espaços verdes. Isso contribuiu para “para reduzir em 5%-6% o consumo de água” nos municípios algarvios, indicou António Pina, que assinalou que, ainda assim, em junho “o consumo de água no circuito de abastecimento público já era 7% superior ao registado em 2019”.

António Pina  considera que, se não chover até janeiro, as medidas devem ir mais longe. Em cima da mesa, está a “não-partilha de água para a agricultura ou pelo aumento dos escalões mais elevados de consumo, designadamente para quem tem piscinas e jardins ou consumos superiores a 15 m3/mês”.

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