O ministro da Educação participou esta sexta-feira num encontro com crianças e jovens que, na primeira pessoa, disseram o que querem para a escola de hoje e do futuro e na qual também querem ter uma participação mais ativa.

Uma escola mais aberta à participação dos alunos no debate, com uma avaliação mais formativa e diversificada, e um currículo que se possa adaptar melhor aos alunos e aposte também no desenvolvimento de outras competências. Foi assim que 14 jovens idealizaram a escola.

Entre os 11 e os 19 anos de idade, os 14 “conselheiros” do Conselho Nacional de Crianças e Jovens, criado pela Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, levaram diretamente ao ministro da Educação as suas principais preocupações.

No final do encontro, liderado também pela presidente da Comissão Nacional, Rosário Farmhouse, João Costa disse que ter confirmado a “certeza de que sempre que ouvimos os jovens temos momentos enriquecedores”.

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Não é a primeira vez que João Costa sublinha a importância de ouvir os alunos nos processos de decisão e, depois de cerca de uma hora de conversa, o ministro reiterou que a perspetiva das crianças e dos jovens sobre o ensino é única e completa aquela dos diretores e professores.

São coisas que eu levo para, quando pensarmos na gestão das escolas e no contacto com os diretores, poder eu próprio ser porta-voz dos jovens”, explicou.

Uma das principais questões levantadas pelos mais novos está relacionada com a avaliação e, sobre esse tema, Ana Raimundo, que é a “conselheira” mais velha começou por considerar que era demasiado quantitativa, impessoal e não promove a evolução dos alunos, enquanto Júlia Oliveira, 14 anos, defendeu que fosse mais ajustada às competências de cada aluno.

Por outro lado, falaram também dos currículos e a maioria concordou com a necessidade de não só serem mais flexíveis, de forma a permitir, por exemplo, que um aluno de Ciências possa escolher ter Espanhol em vez de Biologia, como é o caso de Bárbara Lima, 15 anos, ou que incluam outros temas, como literacia política e financeira, além de uma maior diversidade de clubes e atividades.

“Há coisas que até já estão na escola do presente”, disse o ministro aos alunos no final, admitindo que a mudança leva tempo e a adaptação dos estabelecimentos de ensino a essas mudanças também não acontece de um dia para o outro.

É também por aí que passa o papel dos jovens, que reclamaram uma participação mais ativa na tomada de decisão e no dia-a-dia das escolas, seja através dos conselhos de turma ou pedagógicos, seja em encontros regulares com o próprio ministro.

Recordando que os 14 jovens vêm de todo o país, o ministro da Educação considerou que, por isso, o Conselho Nacional de Crianças e Jovens permite criarem uma rede de partilha que “pode e deve servir para dar visibilidade às coisas boas que se fazem nas nossas escolas”.