Dois cidadãos russos fugiram por via marítima para o Alasca, numa tentativa de fugir da mobilização parcial  decretada por Moscovo. Viajando de barco, os dois homens atravessaram o mar de Bering e deram à costa numa praia perto de uma pequena comunidade na Ilha de São Lourenço, a cerca de 40 quilómetros do território russo, tendo de imediato pedido asilo às autoridades locais.

A porta-voz da senadora do Alasca Lisa Murkowski disse num e-mail enviado à agência de notícias norte-americana Associated Press que “os cidadãos russos confirmaram ter fugido a partir de uma vila costeira no leste do país para evitar o serviço militar obrigatório”.

Este está longe de ser o único caso de fuga de cidadãos russos desde o decreto da mobilização parcial de 300.000 militares na reserva para a frente de combate na Ucrânia. Fontes dentro do governo de Putin indicaram à Forbes Rússia que cerca de 700.000 homens já fugiram do país, números que o Kremlin nega. A maioria tem fugido para países vizinhos como o Cazaquistão, a Geórgia e a Finlândia, sendo este o primeiro caso relatado de fugas para o Alasca.

O governador do Alasca, um dos 50 Estados americanos, já veio dizer que este se trata de um caso isolado. “Não estamos à espera que um fluxo contínuo de refugiados comece a chegar”, afirmou numa conferência de imprensa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As autoridades já apelaram para que mais ninguém tente fazer o trajeto, devido ao perigo inerente da viagem, e também a relatórios que dão conta de uma tempestade inverno que se irá abater sobre a região nas próximas semanas.

O também senador do Alasca Dan Sullivan declarou em comunicado que “este incidente torna duas coisas claras: primeiro, o povo russo não quer travar esta guerra de Putin contra a Ucrânia. Segundo, dada a proximidade do Alasca com a Rússia, o Estado tem um papel vital a desempenhar na segurança nacional americana“.

Vários senadores já vieram também manifestar publicamente a sua preocupação com a segurança interna naquele que é o Estado norte-americano geograficamente mais próximo da Rússia. Moscovo tem vindo a aumentar a sua presença na região, com várias embarcações e meios aéreos militares avistados no mar de Bering em meses recentes.