A Ordem dos Enfermeiros nos Açores enviou esta sexta-feira à tutela uma proposta para o Plano Regional de Saúde da Região tendo em vista reforçar a capacidade de resposta da Região “em tempo útil” face à retoma da atividade assistencial.

Segundo o documento, face aos desafios que se apresentam ao Sistema Regional de Saúde, entre os quais a saída do contexto epidemiológico, a retoma da atividade assistencial e a necessidade de investir no sistema de saúde, são necessários meios e recursos que “reforcem a sua capacidade e tornem mais resiliente e capaz de responder em tempo útil às necessidades de saúde e a mudanças inesperadas”.

A Ordem nos Açores lembra no documento que tem apelado “desde 2020” à necessidade de “uma contratação robusta” de enfermeiros.

Entre as medidas propostas pela Ordem está o reforço dos serviços de saúde com “a dotação recomendada de enfermeiros, através da regularização e efetivação dos vínculos precários e temporários” que ainda existem.

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Segundo a secção regional da Ordem dos Enfermeiros essa regularização é “condição essencial para a recuperação dos cuidados de saúde, temporariamente suspensos”, devido à Covid-19 e para “a satisfação das necessidades de cuidados de saúde pós-pandemia”, incluindo rastreios, acompanhamento de doença crónica e retoma da atividade assistencial programada.

Urge adotar e consolidar políticas públicas adequadas ao reforço do número de Enfermeiros por habitante, bem como adequar os serviços e unidades de saúde das condições, meios e infraestruturas necessárias”, lê-se no documento remetido esta sexta-feira à secretaria regional da Saúde e Desporto.

A Ordem entende que é necessário reforçar as competências dos enfermeiros especialistas nas Unidades de Saúde Pública e “uma política de recursos humanos que retenha e fixe os enfermeiros formados e a trabalhar nos Açores”.

O presidente do conselho diretivo regional, Pedro Soares, afirmou que a Ordem traçou medidas “essenciais e urgentes” para serem incluídas no plano para os próximos 10 anos, face “aos desafios” do Sistema Regional de Saúde, entre os quais a saída do contexto epidemiológico, a retoma da atividade assistencial e a necessidade de investir no sistema de saúde.

Urge adotar e consolidar políticas públicas adequadas ao reforço do número de enfermeiros por habitante, bem como adequar os serviços e unidades de saúde das condições, meios e infraestruturas necessárias a uma resposta de cuidados de enfermagem atempados e seguros, para além de uma programação efetiva de políticas de saúde e interoperabilidade entre as diversas instituições de saúde da região”, referiu Pedro Soares, citado num comunicado.

A Ordem defende ainda a integração e intervenção de enfermeiros nas equipas de saúde escolar para a promoção de estilos de vida saudáveis e deteção precoce de necessidades de intervenção, através de rastreios.

Propõe que seja melhorado o acesso ao Serviço Regional de Saúde e a eficiência na rede hospitalar, com a renovação de equipamentos e infraestruturas tecnológicas e “reconhecimento do potencial” de sistemas de tele-saúde, em particular para internados em estruturas residenciais para pessoas idosas ou dependentes.

Por outro lado, preconiza o alargamento das teleconsultas às consultas de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, tanto no âmbito dos cuidados hospitalares como dos cuidados de saúde primários.

Para a Ordem é também necessário melhorar a cobertura dos cuidados de saúde de proximidade e reforçar as equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI), em particular na prestação de cuidados no domicílio.

A revisão do modelo atual da Rede Regional de Cuidados Continuados Integrados (RRCCI) e a criação de equipas de Apoio Integrado Domiciliário (EAID) e equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP), para “cumprir” uma portaria de 31 de março de 2015 são outras medidas propostas.