Uma nova equipa da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), integrada por quatro peritos, assumiu a missão de apoio e assistência da agência para o nuclear da ONU na central nuclear de Zaporijia, sudeste da Ucrânia e sob controlo russo.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira na sua conta Twitter, o organismo para o nuclear da ONU esclarece que o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, “confirmou que foi concluída a primeira rotação” desta missão na Ucrânia.

Uma nova equipa reforçada com peritos em segurança e controlo da AIEA encontra-se na central” e prosseguirá a “indispensável missão”, acrescenta o texto.

Os quatro peritos que agora substituem os dois funcionários que estavam na central desde o início de setembro “apoiarão a zona de proteção da segurança nuclear” em torno da central de Zaporijia, que Grossi pretende confirmar durante as próximas reuniões com Moscovo e Kiev.

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A AIEA tem alertado desde há vários meses sobre o perigo de um acidente nuclear nestas instalações, pelo facto de a central se encontrar numa zona de guerra e ser alvo de numerosas explosões e bombardeamentos.

O exército russo ocupou a central no início de março passado. Considerada a maior instalação do género na Europa, com seis reatores nucleares VVER-1000, não está a produzir energia elétrica desde 11 de setembro.

Na quarta-feira, o Presidente russo Vladimir Putin anunciou a nacionalização da central nuclear, que até ao momento continua a ser operada por funcionários e trabalhadores ucranianos.

Ao ser questionado na quinta-feira sobre a nacionalização da central por parte da Rússia, o diretor-geral disse ser um tema relacionado “com o direito internacional” e um “assunto complexo”.

Após sublinhar que as anexações “não se aceitam pelo direito internacional, nem pela Carta das Nações Unidas nem por outros instrumentos, Grossi concluiu que “a nossa posição é que é esta instalação é uma instalação ucraniana”, e escusou-se a comentar a atual situação militar no terreno, apenas desejando “que a guerra termine”.