A secretária de Estado da Promoção para a Saúde, Margarida Tavares, avisou esta sexta-feira que Portugal vai “atravessar uma das piores épocas de sempre do Serviço Nacional de Saúde (SNS)” no próximo inverno, devido aos “efeitos extraordinariamente disruptores” que a pandemia de Covid-19 trouxe. “Não decretámos os fins dos problemas”, disse, acrescentando que os problemas relacionados com o SARS-CoV-2 “ainda não acabaram”.
Num evento em que se assinalavam os 57 Anos Programa Nacional de Vacinação, Margarida Tavares explicou ainda que a decisão “de não renovar o estado de alerta” deveu-se ao facto de o Governo querer “voltar ao equilíbrio das normas” e para “trazer a normalidade necessária”. Além disso, um dos objetivos foi tentar reforçar a “equidade necessária entre todos os problemas de saúde”.
A secretária de Estado esclareceu que esta época de outono e inverno não será igual “àquela que se tinha em 2019”, por causa da Covid-19 cujo pico poderá simultaneamente ao da gripe e ao de outras infeções respiratórias. Apesar da época difícil que se avizinha, Margarida Tavares assegurou que o SNS terá as “ferramentas” necessárias e contou com um “enorme investimento” para fazer face aos problemas que deverão surgir.
Sobre a Covid-19, Margarida Tavares reiterou que o “problema não acabou” e apelou à vacinação, que trouxe um grande “benefício” à população. “Deixo um apelo à confiança de todos: não deixem de vir vacinar-se”, incentivou, aproveitando para agradecer a todos os que estão nos centros de vacinação e aos profissionais de saúde.
Elogiando a “enorme cobertura vacinal”, a secretária de Estado sublinhou que isso “permitiu poupar muitas vidas e muito sofrimento”. “Estamos, de facto, de parabéns”, enalteceu, ressalvando, no entanto, que Portugal não pode baixar a guarda “desta defesa da vacinação”.
Margarida Tavares assinalou que a “desinformação à volta da vacinação pode custar em termos de vida e pode afetar a qualidade de vida” dois cidadãos. Criticando os “movimentos mais extremistas” que tentam passar mensagens distorcidas e erradas sobre as vacinas, a secretária de Estado realçou que é “importante manter a confiança da população” e, para tal, são necessárias “instituições fortes e mecanismos transparentes para que os portugueses continuar a confiar” na vacinação.