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O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, acusou, esta sexta-feira, o Presidente ucraniano de ter “ambições nucleares” e de estar a planear, juntamente com o Ocidente, um “ataque nuclear preventivo” contra a Rússia. O chefe da diplomacia de Moscovo afirma que esta é uma ação “imprudente do regime de Kiev”, que está a “criar terreno para o uso de vários tipos de armas de destruição massiva”. 

“Esta quinta-feira, Zelensky apelou aos seus ‘mestres’ ocidentais para realizar um ataque preventivo contra a Rússia. Essa figura essencialmente apresentou mais uma prova do motivo pelo qual a operação militar especial foi desencadeada”, atirou Sergei Lavrov, citado pela agência de notícias russa RIA. O ministro russo afirmou que os Estados Unidos e “outros patrocinadores do regime de Kiev” estão a envolver-se de forma mais “profunda como partes do conflito”.

Na origem destas declarações está um discurso de Volodymyr Zelensky no instituto australiano Lowy, em que o Presidente ucraniano salientava que eram “necessários ataques preventivos” da NATO, para que a Rússia “saiba o que lhe poderá acontecer se usar armas nucleares e não vice-versa”. Na verdade, o chefe de Estado ucraniano nunca fez referência a nenhum ataque nuclear, mas antes a uma intervenção mais musculada da aliança atlântica.

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Ainda assim, o chefe da diplomacia russa insistiu na tese e vincou que “Washington e os seus vassalos” estão a tentar “perverter a posição da Rússia” no que diz respeito ao uso de armas nucleares, cujos princípios se mantêm “inalterados”. “Estão a intimidar a comunidade internacional com essas ameaças, forçando-a a seguir o caminho fracassado de apoiar de forma imprudente Kiev em todas as suas aventuras.”

Sobre a reunião da Comunidade Política Europeia que contou com 44 países (sem a presença da Rússia e a Bielorrússia), Sergei Lavrov lamentou que se esteja a “formar uma estrutura de segurança sem a participação da Rússia”. “Geralmente, a comunidade está apenas a dançar ao som da música de Kiev e estimulam as fantasias insanas daqueles que ainda estão no poder lá”, criticou.

Por isso, de acordo com o ministro russo, “tanto os Estados Unidos como os seus aliados” estão a assumir uma “enorme responsabilidade pelo perigoso aumento da tensão internacional”, ao fomentar a atuação de Volodymyr Zelensky — que, diz, “já proclamou ter ambições nucleares”.