Oito jornadas, uma única vitória, zona de despromoção da Premier League. Bruno Lage não resistiu ao mau arranque do Wolverhampton e foi despedido no passado fim de semana, logo depois da derrota contra o West Ham, deixando a armada portuguesa em Inglaterra sem treinador e nas mãos de uma liderança bicéfala e interina.

O presidente do clube inglês despediu-se de Lage com as palavras mais elogiosas, garantindo não ter “outra opção” que não tomar uma atitude, e o treinador português divulgou uma mensagem sentida nos últimos dias para dizer um derradeiro adeus ao Wolves. “Foi uma enorme honra servir o Wolverhampton. O meu agradecimento ao presidente Guo e ao Jeff pela oportunidade e a todas as pessoas do clube, fizeram-me sentir em casa. Aos jogadores, pelo seu profissionalismo e compromisso connosco. E aos adeptos, que desde a primeira hora me apoiaram”, começou por escrever o técnico, que não se coibiu de fazer uma espécie de antevisão do que resta da temporada da equipa.

Oito jornadas, uma vitória, fim de linha: Bruno Lage despedido pelo Wolverhampton

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“Para trás fica uma primeira época de sucesso, com vários jogos inesquecíveis e um recorde de nove vitórias fora pelo Wolves na Premier League. Neste momento, o mais importante é o vosso total apoio à equipa. A equipa vai melhorar quando os pontas de lança voltarem a estar disponíveis. Nunca perdeu com um no onze inicial. O Diego [Costa] vai estar cada vez mais preparado, o Raúl [Jiménez] vai voltar para ajudar e o Sasa [Kalajdžić] vai ser um jogador importante para o futuro”, atirou Bruno Lage.

Ora, era neste contexto que o Wolverhampton visitava este sábado Stamford Bridge para defrontar o Chelsea. James Collins e Steve Davis, os dois treinadores interinos da equipa, não podiam contar com Rúben Neves, que viu o quinto cartão amarelo e estava castigado, e também com Pedro Neto, que vai ser operado ao tornozelo e falhar inclusivamente o Mundial do Qatar. Assim, José Sá, Toti Gomes, Matheus Nunes, João Moutinho, Gonçalo Guedes e Podence eram todos titulares, com Diego Costa a ser a referência ofensiva. Do outro lado, na sequência de uma vitória importante contra o AC Milan a meio da semana para a Liga dos Campeões, Graham Potter lançava Mason Mount, Havertz e Pulisic no ataque, com Sterling, Ziyech e Reece James a começarem todos no banco.

Em Londres, depois de uma primeira parte totalmente dominada pelo Chelsea e em que o Wolverhampton defendeu sempre muito atrás, Havertz abriu o marcador mesmo à beira do intervalo (45+3′). Já na segunda parte, com assistência de Mount, Pulisic aumentou a vantagem dos blues (54′) e Armando Broja fechou as contas (90′) de um jogo que ainda teve uma impressionante homenagem das bancadas de Stamford Bridge a Diego Costa, que jogou no Chelsea, quando o avançado foi substituído por Hwang.

Assim, o Wolverhampton sofreu a terceira derrota consecutiva e continua muito enterrado na zona de despromoção da Premier League com apenas seis pontos em nove jornadas. Bruno Lage foi despedido, ainda não existe alternativa para o comando técnico e, por agora, a equipa mais portuguesa de Inglaterra continua numa trajetória descendente que parece não ter fim.