Numa altura em que começa a campanha para a segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, uma nova sondagem, feita pela empresa Datafolha e divulgada pela Folha de São Paulo, dá uma ligeira vantagem a Lula da Silva na luta contra Jair Bolsonaro. O candidato do Partido Trabalhista (PT) soma 49% das intenções de voto, contra 44% do atual Presidente.

A sondagem indica ainda que a maior parte dos brasileiros já tem o seu voto definido — 93% dos inquiridos afirmaram já saberem em qual dos candidatos vão votar. Apenas 2% dos inquiridos se mostraram indecisos, com 6% a afirmar que, se as eleições fossem hoje, votariam em branco.

Assim, ao aplicar o método de contagem do Tribunal Superior Eleitoral, que exclui os votos nulos ou em branco, Lula da Silva venceria as eleições com 53% dos votos, contra 47% de Bolsonaro.

Para esta pesquisa, que tem uma margem de erro de cerca de 2%, o Datafolha entrevistou 2.884 eleitores em 179 cidades diferentes de um país com mais de 210 milhões de habitantes.

Estes dados espelham o resultado de Jair Bolsonaro nas eleições de 2 de outubro. Ainda que os barómetros tenham acertado na sua previsão de que Lula venceria a primeira volta, a diferença registada entre os dois candidatos foi inferior à prevista. Mesmo a poucos dias do ato eleitoral, o Datafolha previa uma diferença de 14 pontos, muito acima dos cinco pontos que, de facto, se registaram.

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Relativamente àqueles que optaram por uma terceira via na primeira volta, também aí as opiniões se dividem, sempre com uma ligeira vantagem para o candidato do PT. 47% dos eleitores de Simone Tebet, que terminou em terceiro lugar, concordaram com o apoio declarado pela candidata a Lula da Silva, enquanto 36% consideram que esta deveria ter escolhido Jair Bolsonaro. Relativamente aos apoiantes de Ciro Gomes, quarto classificado nas urnas, 44% apoiam Lula, enquanto 40% devem optar pelo voto no atual chefe de Estado, que procura a reeleição.

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A taxa de rejeição dos dois candidatos reflete a mesma tendência de equilíbrio, com 51% dos inquiridos a declararem-se opostos à reeleição de Bolsonaro, ao passo que 46% se mostram contra a possibilidade de Lula da Silva se tornar o novo inquilino do Palácio do Planalto — morada que já foi a sua entre 2003 e 2010.