Os Estados Unidos e a Noruega testaram esta semana o mais recente míssil na corrida ao armamento contra a Rússia. Trata-se de um míssil tático supersónico de longo alcance com motor a jato, com a designação oficial de Tactical High-speed Offensive Ramjet for Extended Range, ou THOR-ER.
O objetivo desta nova arma, conhecida popularmente como o “Martelo de Thor”, é ser um ponto de viragem, funcionando como dissuasor contra a ameaça russa a países vizinhos no atual contexto de guerra com a Ucrânia. O projeto está a ser desenvolvido pelo departamento de Defesa norte-americano, em conjunto com o ministério da Defesa da Noruega e a empresa militar norueguesa Nammo.
O míssil terra-ar THOR-ER deverá ter um alcance de cerca de 400 quilómetros, com possibilidade de expansão no futuro. O número é bastante superior ao de outros mísseis do mesmo tipo, que oscilam entre os 100 e os 150 quilómetros.
Na passada quarta-feira, dia 5 de outubro, o site oficial do departamento de Defesa dos EUA revelou um teste bem sucedido, que decorreu a 17 de agosto em Andøya, no norte da Noruega. O acontecimento foi descrito pelo departamento como “um marco importante” no desenvolvimento do projeto, que já decorre desde 2019.
Durante o exercício, o veículo de transporte conseguiu disparar com sucesso vários mísseis não guiados, demonstrando assim a eficácia do sistema de propulsão do THOR-ER. O teste significou a conclusão da “Fase 1” do projeto, cujo objetivo passava por demonstrar a capacidade de desenvolvimento conjunto dos Estados Unidos e da Noruega, bem como a adaptabilidade destes novos mísseis a vários tipos de missão.
Acreditamos que o SFRJ [Solid Fuel Ramjet] representa uma mudança de paradigma para a Marinha dos EUA e para os nossos aliados, e estamos entusiasmados com o resultado dos testes do THOR-ER” disse Stephen Farmer, diretor de protótipos e testes da divisão de combate aéreo da Marinha americana.
Já a Nammo declarou que o sucesso do THOR-ER demonstra a importância de a Noruega “investir na competência e desenvolvimento tecnológico”.
O aumento no alcance é a chave para fazer frente ao poder inimigo e dissuadir ataques russos, numa altura em que a corrida ao armamento de mísseis supersónicos, liderada neste momento pela Rússia, ganhou importância redobrada após o início da invasão da Ucrânia. Recentemente, Moscovo revelou a existência do Zircon, um novo míssil que viaja a nove vezes a velocidade do som e terá um alcance de mil quilómetros.
Zircon, o novo míssil hipersónico russo que viaja a nove vezes a velocidade do som