O PS/Madeira acusou esta terça-feira o Governo Regional (PSD/CDS) de “esconder o fracasso governativo”, que justifica com recurso ao “discurso de desculpabilização permanente”, e questionou a utilização dos meios financeiros que teve ao dispor.

“O que andou [o Governo Regional] a fazer ao dinheiro dos madeirenses que não deu as respostas aos problemas que existem?”, questionou o líder parlamentar do PS numa intervenção política no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira.

Segundo Rui Caetano, o executivo insular “esconde, desvaloriza, desvia as atenções e culpabiliza os outros”, recorrendo ao “discurso de desculpabilização permanente” à atribuição de “culpas” a Lisboa, ao PS e “a quem não governa”.

“Continuamos a ouvir do Governo Regional o som da propaganda, quando há tanto por fazer, tanto por cumprir”, afirmou

Rui Caetano frisou que a região entrou no “último ano de mandato e os argumentos são sempre os mesmos, as desculpas para justificar o injustificável são sempre as mesmas, tudo para esconder a incapacidade de cumprirem o que prometeram”.

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O responsável da bancada do maior partido da oposição no parlamento madeirense (ocupa 19 dos 47 lugares) também censurou a postura da maioria do PSD/CDS de “constante bloqueio de propostas válidas” dos partidos da oposição, que depois acaba por aproveitar.

Rui Caetano apontou que a Madeira vive “um modelo de desenvolvimento de espera sem fim”, enunciando problemas como o elevado índice de risco de pobreza, os números do desemprego, os milhares de madeirenses que tiveram de emigrar, os cerca de 9.000 jovens que não estudam nem trabalham, as listas de espera na saúde e as listas de espera para conseguir uma habitação.

Na opinião do deputado socialista, este cenário acontece apesar de os “governos regionais terem tido os meios para promover um desenvolvimento sustentável” neste arquipélago.

“Vamos aguardar pelo Orçamento do Estado [2023] para ver se o Governo Regional apresenta medidas alternativas e compensatórias”, afirmou.

Por seu turno, o deputado do CDS-PP António Lopes da Fonseca considerou que a proposta de OE2023 apresentada na segunda-feira pelo Governo do PS consubstancia “medidas avulsas e pensos rápidos” e as medidas preconizadas “não são suficientes para compensar a perda de poder de compra dos portugueses”.

O parlamentar centrista salientou que, no capítulo da Madeira, o OE2023 prossegue a senda da “total falta de solidariedade do Estado”.

“Continuamos a assistir neste OE ao não cumprimento de princípios constitucionais, como o da continuidade territorial”, declarou.