Jürgen Klopp pode ter muitas expressões na zona técnica ao longo de um encontro. Felicidade, tristeza, euforia, desalento, fúria. Depende do dia, do resultado, da ação ou do contexto. No entanto, há algo que ao longo de sete anos é complicado ou impossível encontrar no técnico alemão: resignação, quase impotência. Era assim que estava no final do jogo no Emirates frente ao Arsenal, que terminou com nova derrota.

Sakem de lá esses canhões como em 2003/04: Arsenal vence, volta à liderança e adensa crise do Liverpool

A cara do germânico contava essa história. Porque o Liverpool conseguiu recuperar por duas ocasiões de desvantagens mas acabou por afundar-se na altura em que mais precisava assumir-se. Porque o Liverpool já tinha algumas ausências importantes mas ficou sem mais dois titulares por motivos físicos ao longo da partida, Luis Díaz e Alexander-Arnold. Porque o Liverpool sempre mostrou uma enorme capacidade de redenção nos jogos grandes como não aconteceu. Com isso, mesmo tendo um encontro em atraso, ficou a 14 pontos da liderança da Premier League e logo na antecâmara da receção ao Manchester City.

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Agora chegava um dos poucos terrenos que menos abalos sofreu dentro de toda a irregularidade de uma época onde o Liverpool não conseguiu ganhar mais de metade dos 13 jogos realizados (seis vitórias, quatro empates e três derrotas), a Liga dos Campeões. E a última meia hora da partida acabou por ser uma espécie de balão de oxigénio para a equipa, que goleou, chegou aos nove pontos, tem a qualificação praticamente garantida apesar da goleada sofrida a abrir em Nápoles e pode ter “recuperado” Mo Salah.

O Rangers ainda conseguiu inaugurar o marcador por Arfield pouco depois do quarto de hora inicial (17′), sendo que Firmino empatou pouco depois e fez o resultado que se registava ao intervalo (24′). O mesmo internacional brasileiro consumou a reviravolta com um bis aos 55′ mas foi nos 25 minutos finais que o Liverpool voltou a mostrar que ainda tem resquícios daquela máquina goleadora que conseguia atropelar adversários, chegando a uma goleada por 7-1 com o egípcio a fazer o hat-trick mais rápido da história da Liga dos Campeões com golos consecutivos aos 76′, aos 80′ e aos 81′ sempre com Jota na jogada. Em 12 jogos até ao momento, Salah levava “apenas” cinco golos; esta noite na Escócia, marcou mais três.

Elliott fechou as contas a três minutos do final mas antes também Darwin Núñez, que voltou a ser titular, fez o golo da ordem (66′). Até aqui, tudo normal mas só o facto de ter sido utilizado de início foi um motivo de festa para o Benfica. Porquê? Porque este foi o décimo encontro oficial do uruguaio desde que chegou aos reds (algo que ficou atrasado pelo castigo de três jogos após a expulsão na segunda jornada), o que dá contratualmente ao clube da Luz mais cinco milhões para juntar aos 75 milhões iniciais da transferência. A partir daqui, o avançado pode render mais dez milhões aos encarnados quando chegar aos 60 jogos oficiais e mais dez milhões se cumprir todos os objetivos individuais e coletivos fixados na venda.