O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) congratularam-se esta sexta-feira com os apoios excecionais aos trabalhadores anunciados pelo Santander, mas defendem que devem ser “muito mais abrangentes”.

As medidas de mitigação dos efeitos da inflação e do aumento do custo de vida anunciadas pelo banco Santander Totta, na sequência das propostas neste sentido que tinham já sido feitas aos bancos pelos dois sindicatos, têm de abranger todos os trabalhadores e não deixar bancários de fora”, sustentam o SNQTB e o SIB em comunicado.

No entender dos sindicatos, o anunciado “pagamento extraordinário e suplementar” de 750 euros “deveria abranger todos os trabalhadores” e não apenas os “cerca de 51%” contemplados na sua versão atual, que se dirige apenas aos funcionários com vencimento até 30 mil euros anuais.

Por sua vez, “o alargamento do limite do crédito à habitação ACT até 200 mil euros deveria também abranger os créditos em curso” e “deveria ser contemplada a possibilidade de transferir créditos hipotecários para o plafond do crédito à habitação”.

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Adicionalmente, os sindicatos reclamam que “a taxa de juro aplicada à aquisição de habitação própria permanente (HPP) deveria ser também protegida face à evolução da taxa de juro do BCE [Banco Central Europeu] e as subsequentes implicações nos valores da Euribor”.

No comunicado esta sexta-feira divulgado, o SNQTB e o SIB afirmam também esperar “que os demais bancos apliquem as medidas de mitigação dos efeitos da inflação e do aumento do custo de vida propostas” pelos dois sindicatos.

O Santander anunciou na quinta-feira que os trabalhadores do banco que tenham um vencimento até 30 mil euros anuais irão receber, este mês, um “pagamento extraordinário e suplementar” de 750 euros, no âmbito de medidas aprovadas pela instituição para fazer face ao aumento dos preços.

Numa nota interna enviada aos colaboradores do banco, a que a agência Lusa teve acesso, assinada pelo presidente da Comissão Executiva, Pedro Castro e Almeida, e por Sara da Fonseca, da Gestão de Pessoas do banco, o Santander disse que “tem vindo a acompanhar a evolução da situação económica no país e no mundo, com natural preocupação” e que está consciente de que “o aumento da inflação e do custo da energia estão a ter impacto no orçamento familiar de muitos” dos colaboradores.

Assim, o Santander decidiu “aprovar algumas medidas de apoio financeiro para ajudar a minimizar esse impacto”, focando a ajuda nos “colaboradores com salário mais baixo, através do pagamento de um valor único em detrimento de uma percentagem, para que este apoio seja mais relevante”.

Além deste pagamento, o Santander decidiu dar a possibilidade em 2023 de todos os colaboradores anteciparem até 50% do subsídio de Natal.

O banco aumentou ainda o limite de crédito disponível para os trabalhadores para 200 mil euros, em novas operações de crédito, e alargou o acesso a outras medidas como a comparticipação do passe social em 50% ou o apoio a propinas no valor de 310 euros por ano por filho ou enteado.

“Acreditamos que estas medidas podem contribuir para que muitos dos nossos colaboradores tenham melhores condições para enfrentar este período desafiante”, remataram os responsáveis da instituição, na mesma missiva.