O presidente da Câmara da Maia admitiu esta terça-feira ter ficado surpreendido com os despedimentos na estrutura da Adidas no concelho, salientando estar tranquilizado pela garantia da empresa de que vai “reconverter noutras tarefas” os postos de trabalhos agora extintos.

Em conferência de imprensa, esta tarde, António Silva Tiago explicou que o responsável daquela multinacional na Maia, Carlos Guimarães, adiantou que a vontade da Adidas é “incrementar a atividade” no concelho, criando mesmo “novas oportunidades”.

Adidas avança para 300 despedimentos em centro de serviços na Maia

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Na segunda-feira foi denunciado o despedimento de 300 colaboradores da Global Business Services Porto – GBS Porto, situada desde 2009 no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (TecMaia), distrito do Porto, devido a “mudanças na estrutura organizacional” da empresa, que vai deslocar serviços para fora de Portugal.

Fui surpreendido, ontem [segunda-feira] pela comunicação social dando conta que a Adidas aqui na Maia, no Parque de Ciência e Tecnologia, iria despedir 300 colaboradores. A Adidas tem aqui 900 colaboradores”, começou por admitir o autarca.

“Hoje de manhã consegui falar com o CEO da Adidas aqui na Maia, ele confirmou-me essa realidade mas tranquilizou-me dizendo-me que estava a envidar esforços no sentido que esses 300 [postos de trabalho] irão ser, muitos deles, reconvertidos em novas tarefas, novos trabalhos que a adidas necessita e, até junho de 2023, os lugares irão ser todos eles compensados e até escalar em maior numero “, apontou.

Silva Tiago garantiu que o “hub que existe na maia da Adidas é para continuar e é para ser incrementado”, assegurando que vai “acompanhar de perto toda a transição para que corra da melhor forma.

“Tenho muita pena mas a câmara da Maia fará tudo aquilo que puder, é evidente que a Adidas não é nenhuma empresa do município mas está cá e nós temos muito respeito por todas as empresas cá instaladas”, disse.

Segundo o autarca, os postos de trabalho dos 300 colaboradores agora despedidos “vão migrar para outras geografias do mundo, designadamente para Ásia”.

Questionado sobre se havia efetivamente garantias de que os colaboradores afetados iriam ser novamente recrutados pela multinacional, Silva Tiago admitiu que não: “Não há certezas, nem que houvesse não era eu a pessoa indicada par dar essa garantia, porque eu sou somente o presidente da Câmara da Maia, não sou o responsável pela Adidas”, respondeu.

Sobre os impactos na região deste despedimento, o autarca admitiu que “haverá impacto”, mas salientou que “muitos destes trabalhadores apenas trabalham na Maia” e não residem no concelho.

Segunda-feira, numa resposta escrita à Lusa, a Adidas confirmou os despedimentos e explicou que “haverá mudanças na estrutura organizacional no Porto (…). No futuro, algumas tarefas vão passar a ser desenvolvidas em locais fora de Portugal e, num segundo momento, vão ser criadas novas responsabilidades na estrutura do Porto”.

Na referida resposta, aquela multinacional indicou que já contactou os colaboradores afetados e lamenta “o impacto que a decisão poderá ter nos colaboradores”.

“A Adidas está a tentar encontrar soluções justas para todos os colaboradores afetados em conversas pessoais, sendo que a prioridade será uma possível transferência para outro cargo no Porto”, referia o texto.