A empresa aeronáutica Aernnova já criou cerca de 120 novos postos de trabalho nas fábricas de Évora, adquiridas à fabricante brasileira Embraer, e prevê avançar com mais 200 no próximo ano, revelou esta quarta-feira o presidente da câmara.

“Informaram-me de que já aumentaram o número de postos de trabalho nestes últimos meses, passando de 430 para cerca de 550”, indicou o presidente do município, Carlos Pinto de Sá, na reunião pública de câmara, que está a decorrer esta tarde.

Segundo o autarca, que disse já ter reunido com responsáveis da empresa espanhola, a Aernnova pretende “continuar a ampliar a produção e a diversificar a atividade” das duas unidades alentejanas, pelo que prevê “criar mais 200 postos de trabalho, ao longo do próximo ano”.

Os esclarecimentos de Pinto de Sá na reunião camarária coincidiram com o dia em que foi apresentada, em Beja, a primeira das cinco aeronaves KC-390 da Força Aérea Portuguesa, construídas pela Embraer, antiga detentora das fábricas de Évora, de onde saíram algumas peças para estes novos aviões.

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A reunião com a nova empresa “já detentora das antigas fábricas da Embraer”, de estruturas metálicas e componentes compósitos, “foi muito interessante”, frisou o autarca.

E permitiu confirmar “a informação dada anteriormente de que o objetivo da Aernnova era ampliar e diversificar a produção destas fábricas. Já estão a fazer isso”, realçou.

As unidades estão situadas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, na periferia da cidade, e o encontro entre a câmara e a empresa espanhola Aernnova “abriu excelentes perspetivas de colaboração” entre as partes, argumentou.

“Abordámos questões de relacionamento entre a empresa e o município, a vários níveis”, além de temas relacionados com o cluster aeronáutico e à atividade da Aernnova, referiu.

Na sua intervenção, o autarca registou ainda que outras empresas com unidades fabris na cidade “também têm estado a aumentar o número de postos de trabalho”.

A TE Connectivity tem, agora, “2.200 postos de trabalho diretos”, após ter aumentado em “algumas centenas os postos de trabalho” em relação ao período da pandemia de Covid-19, enquanto a Kemet já “ultrapassou os 400 postos de trabalho”, exemplificou.

A venda das duas fábricas de Évora da Embraer foi concluída no dia 3 de maio deste ano, ficando a espanhola Aernnova com a totalidade das ações das unidades, num investimento que totalizou cerca de 165,4 milhões de euros.

Na altura, as duas empresas disseram que, “além de fornecer componentes para a aviação comercial, executiva e área de defesa” da Embraer, existia “a expectativa de aumento da produção de componentes para outros fabricantes aeronáuticos globais”.

Inauguradas em 2012, estas fábricas envolveram um investimento inicial a rondar os 180 milhões de euros e, dois anos depois da abertura, a Embraer criou também um centro de engenharia e tecnologia na cidade alentejana.