As vitórias foram todas pela margem mínima, os pontos valeram como todos os outros. Depois da goleada sofrida frente à Udinese e da frustrante derrota caseira com a Atalanta (tendo pelo meio um triunfo diante do Empoli), a Roma começou uma série de três sucessos consecutivos em Milão com o Inter, seguindo-se Lecce e Sampdoria. Tão ou mais importante do que isso, o conjunto de José Mourinho foi sabendo fintar as várias adversidades que surgiram sobretudo a nível de problemas físicos, como aconteceu com a grande figura Paulo Dybala. E, de forma discreta, voltou a subir a lugares de acesso à Liga dos Campeões, tendo agora pela frente mais um encontro de casa cheia no Olímpico ante o líder da Serie A, o Nápoles.

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“Não há muito a dizer sobre este jogo. Ao fim de dez jornadas estão em primeiro na classificação e isso já significa alguma coisa. Jogamos contra os líderes, mas também temos o direito de jogar contra uma equipa favorita. Às vezes os favoritos perdem. Elogios de Spalletti à Roma? Não acho que ele esteja a fazer bluff com palavras bonitas. É um verdadeiro amigo, que me respeita, como eu o respeito. Ele acha que vai ganhar mas também sabe que pode perder. Estamos em quarto lugar e, tal como eles, achamos que o jogo vai ser difícil”, comentara no lançamento do jogo grande da jornada o técnico português.

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“Como travar o Kvicha Kvaratskhelia? Bem, se ele amanhã [domingo] passar perto de mim durante o jogo, vou tentar dar-lhe um pontapé para pará-lo… Roma interessado nele no passado? Agora é muito fácil dizer que estávamos interessados nele, o Nápoles fez bem em escolhê-lo”, referiu ainda Mourinho, falando sobre o georgiano que está a ser uma das grandes revelações da temporada no futebol europeu.

Sabendo das dificuldades que teria pela frente, o português que foi eleito esta semana o melhor treinador do ano pelo Tuttosport a par de Carlo Ancelotti mostrava confiança numa partida que poderia deixar a Roma na terceira posição apenas a um ponto de Nápoles e AC Milan, após o triunfo este domingo da Lazio em Bérgamo com a Atalanta. E, a par com isso, pretendia mostrar que a vitória em Milão frente ao Inter não tinha de ser uma exceção, até pelo que a equipa conseguiu produzir nos jogos com Juventus (1-1) e Atalanta (0-1). No entanto, não foi esse o filme que se viu e, depois de uma metade inicial equilibrada, o ascendente do conjunto do Sul de Itália adensou-se entre um erro de Smalling que fez o resultado.

O primeiro tempo acabou por ter poucos motivos de interesse junto das balizas, com o Nápoles a ter uma entrada a todo o gás que praticamente “abafou” o início arrepiante no Olímpico que deixou Dybala, nas bancadas, apenas a filmar o hino romano cantado pelos adeptos. Mourinho pedia à equipa para acordar perante a pressão dos visitantes e os minutos seguintes trouxeram esse equilíbrio com Tammy Abraham a tentar também a sua sorte com um remate que saiu ao lado. Os remates não foram muitos, as tentativas enquadradas ainda menos (apenas duas) e o intervalo chegou com um único lance a provocar mais ruído, com Rui Patrício a ir ao chão num lance com Osimhen, o árbitro a marcar grande penalidade mas a reverter depois a decisão ao ver as imagens no ecrã no relvado perante os protestos de Mourinho (39′).

Na segunda parte, o filme mudou: a Roma deixou de ter saída, o Nápoles foi apertando o cerco à baliza dos visitados e Rui Patrício vestiu o papel de salvador com uma defesa fantástica a remate de Lozano para canto (49′). Mais tarde, no seguimento de uma insistência com Osimhen a tentar preparar o tiro na área, Jesus antecipou-se mas o remate do central em boa posição saiu muito ao lado. Só raramente o conjunto de Mourinho conseguia esticar o jogo, sendo que numa dessas vezes foi Osimhen que quase marcou a seguir na baliza contrária (70′). Não foi aí, foi no remate seguinte, num grande remate cruzado após um erro de palmatória de Smalling que parecia ter o lance controlado mas acabou por perder (80′).