A Volta a França em bicicleta de 2023 vai seguir um percurso montanhoso, promovendo o regresso ao Puy de Dôme, 35 anos depois, anunciou esta quinta-feira, em Paris, o diretor da prova, Christian Prudhomme.

A 110.ª edição da Grande Boucle vai partir a 1 de julho de Bilbau, em Espanha, palco das três primeiras etapas até à entrada em França, com a chegada a Bayonne, num percurso com um recorde de 30 contagens de montanha — mais sete do que em 2022 — e apenas um contrarrelógio individual, de 22 quilómetros, até à tradicional chegada aos Campos Elísios, em Paris, no dia 23.

O regresso ao vulcão Puy de Dôme, na nona etapa, destaca-se entre as gigantes subidas previstas para o Tour de 2023, que vai visitar as cinco cadeias montanhosas de França (Pirenéus, Maciço Central, Jura, Alpes e os Vosges), totalizando 56 mil metros de desnível positivo acumulado e quatro chegadas em alto.

Quando cheguei à ASO, em janeiro de 2004, a primeira coisa que digitei no meu computador foi: objetivo Puy de Dôme. Para mim, é um dos símbolos mais fortes da lenda do Tour. O duelo de Poulidor, na década de 1960… é um cume emblemático. Acima de Clermont-Ferrand há esta montanha e não se vê nada além dela. Uma estrada sempre com curvas, um caracol com praticamente 12% de inclinação constante”, detalhou Prudhomme.

O percurso esta quinta-feira revelado na capital francesa, do qual já se sabia que contaria com a 25.ª partida fora do hexágono, a segunda de Espanha depois de em 1992 ter arrancado em San Sébastián, assemelha-se a uma seta que atravessa o território gaulês na diagonal, do sudoeste ao centro leste, do País Basco à Alsácia.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além do Puy de Dôme, na região de Auvergne, palco do histórico duelo entre Jacques Anquetil e Raymond Poulidor, em 1964, outras subidas prometem agitar o próximo Tour, como o Tourmalet, o col de la Loze ou o Grand Colombier, enquanto os Alpes vão estar na ’ementa’ a partir da quinta etapa, entre Pau e Laruns, com passagens por Soudet e Marie Blanque.

Os sprinters contam com cinco jornadas para brilharem, nas chegadas a Bayonne, Bordéus, ao autódromo de Nogaro e a Limoges, além da tirada final, que vai partir do velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, nos arredores de Paris.

Menos palco terão os contrarrelogistas, apenas com o exercício individual de 22 quilómetros — é o segundo mais curto da história, depois dos 13 quilómetros em 2015 — da 16.ª etapa, entre Passy e Comblou, a cinco dias do final do Tour.

O traçado de 3.404 quilómetros divididos por 21 etapas permite antever um novo duelo entre o dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), atual campeão, e o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), vencedor em 2020 e 2021, afastando, provavelmente, da corrida o belga Remco Evenepoel (Quick-Step Alpha Vinyl Team).

Também esta quinta-feira foi divulgado o trajeto da edição de 2023 do Tour feminino, que vai partir de Clermont-Ferrand, a 23 de julho, e terminar com o contrarrelógio individual da oitava e última etapa em Pau, no dia 30, após aproximadamente 956 quilómetros e um dia depois de passar pelo emblemático Tourmalet.

A prova feminina voltou à estrada no ano passado, depois de vários anos sem ter sido disputada, devido à falta de financiamento.