E se, de repente, Barack Obama fosse dono de uma equipa da NBA? A ideia pode não estar assim tão longe quanto isso. Segundo várias notícias que surgiram na imprensa norte-americana nos últimos dias, o antigo presidente dos Estados Unidos faz parte de um dos grupos de investidores que estão a estudar a aquisição dos Phoenix Suns.

O primeiro a avançar com esta possibilidade foi o jornalista Bill Simmons, fundador do conhecido site desportivo The Ringer e uma das vozes mais respeitas no universo do basquetebol norte-americano, que aproveitou uma entrevista a Charles Barkley para plantar a hipótese. “Posso estar a dar uma notícia de última hora mas ouvi dizer que Obama está envolvido com um dos grupos de investidores. E acho que é um tipo que pode tornar-se a cara do grupo. Isso deixaria a malta do dinheiro muito feliz”, atirou Simmons.

O timing da “notícia de última hora” não foi inocente. Charles Barkley, antigo jogador que representou os Phoenix Suns durante quatro épocas nos anos 90, também tem sido recorrentemente associado aos tais grupos de investimento — e tem rejeitado sempre essa possibilidade. A não ser que, como o próprio admitiu na entrevista, seja Barack Obama a ligar-lhe. “Se Obama ligar, claro que estou dentro. Tenho muito amor e admiração por ele”, respondeu Barkley a Simmons, quando questionado sobre o eventual cenário de fazer parte da próxima administração da equipa.

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Certo é que, independentemente de quem for o comprador, a aquisição dos Phoenix Suns não vai ficar barata. De acordo com o Bleacher Report, a venda da equipa da Conferência Oeste será a maior da história da NBA — todos os grupos de investimento estão a estudar a possibilidade de comprar 40% da franquia e o valor nunca será inferior a 4 mil milhões de dólares, podendo até ultrapassar essa fasquia. Atualmente, o recorde pertence aos Brooklyn Nets, comprados por Joe Tsai em 2019 a troco de 2,4 mil milhões de dólares.

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A venda dos Phoenix Suns começou a colocar-se no último ano, período em que o ainda dono, Robert Sarver, caiu em desgraça ao ser acusado de vários tipos de má conduta profissional e pessoal desde que assumiu a liderança da equipa, em 2004. Em novembro do ano passado, uma investigação da ESPN revelou que o empresário usava vocabulário racista, fazia bullying a vários funcionários e era apologista de uma cultura de discriminação que prejudicava as mulheres dentro dos Suns. No passado mês de setembro, a NBA anunciou que iria aplicar uma multa de 10 milhões de dólares a Sarver, assim como uma suspensão de um ano tanto da liga masculina como da WNBA — até porque o norte-americano também é dono das Phoenix Mercury, para além do Maiorca.

Vários patrocinadores e parceiros dos Phoenix Suns ameaçaram distanciar-se da equipa se o empresário permanecesse, principalmente depois da suspensão imposta, e acabou por ser a cúpula da NBA a convencer Robert Sarver a vender os 40% que detém. Uns 40% que, em parte, podem ir parar as mãos de Barack Obama — que não seria o primeiro presidente dos Estados Unidos a envolver-se no desporto, já que George W. Bush foi co-proprietário dos Texas Rangers, equipa de basebol, de 1989 a 1998.

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