O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, ligou o ataque a uma mesquita xiita no Irão, na quarta-feira, que matou 15 pessoas e fez mais de 40 feridos, aos protestos em reação à morte da jovem de 22 anos Mahsa Amini. O ataque já foi reivindicado pelo Estado Islâmico, com o Irão a prometer vingança.

“A intenção do inimigo é perturbar o progresso do país, e depois estes motins preparam terreno para atos terroristas“, afirmou, em declarações transmitidas na quinta-feira.

O ataque matou, pelo menos, duas crianças, segundo a Al Jazeera. Deu-se na cidade de Shiraz, no sul do país, num santuário xiita. Os meios de comunicação estatais, citados pela Reuters e a Al Jazeera, revelam que as autoridades dizem ter detido dois dos três atacantes. Um deles disparou sobre um trabalhador da mesquita antes de a arma ter encravado, o que levou a que um grupo de cidadãos tentasse detê-lo. Quando conseguiu reparar a arma, disparou sobre quem o perseguia e outros crentes.

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O ataque à mesquita aconteceu no 40.º dia após a morte de Mahsa Amini, em que as manifestações foram particularmente violentas, com milhares de pessoas a protestarem junto à casa da jovem.

A Reuters descreve os protestos como um dos maiores desafios da liderança iraniana desde a revolução de 1979. Aliás, muitos dos manifestantes têm subido o tom e exigido a morte do líder supremo Ayatollah Ali Khamenei. Movimentos de direitos humanos dizem que, pelo menos, 250 manifestantes foram assassinados, incluindo jovens, e milhares foram detidos.

“A experiência mostra que os inimigos do irão, depois de não terem conseguido criar uma divisão na nação, vigam-se através da violência e do terror”, disse o Presidente iraniano, antes de o Estado Islâmico ter reclamado a autoria do ataque. Ebrahim Raisi já prometeu vingança.

Segundo a Al Jazeera, Shiraz é um destino popular para peregrinos e para turismo religioso. O último ataque do género a acontecer na cidade foi em abril de 2008, quando uma bomba matou 14 pessoas numa mesquita.