Depois de, no sábado, o Daily Mail ter revelado que os serviços secretos britânicos tinham pedido a alguns membros do governo para deixar de usar os telemóveis pessoais, por suspeitas de invasão do Kremlin ao telemóvel da ex-primeira-ministra Liz Truss, este domingo chegaram ao governo vários pedidos de investigação.

Segundo a CNN, que diz não ter conseguido verificar a informação avançada pelo Daily Mail, os partidos da oposição exigiram uma investigação sobre as alegações feitas pelo jornal britânico.

De acordo com o Daily Mail, os serviços secretos britânicos pediram aos ministros para deixar de usar os telemóveis pessoais para tratar de assuntos relacionados com o país. Citando uma fonte em Whitehall, o jornal britânico acrescenta que os ministros que tratam de assuntos relacionados com a segurança nacional do Reino Unido vão receber mais formação ao nível da segurança “para garantir que todos estão cientes de como deve ser tratado o assunto.”

Liz Truss, ex-primeira-ministra, terá sido espiada por hackers ao serviço do Kremlin, enquanto era ministra dos Negócios Estrangeiros, no governo de Boris Johnson, e a intromissão dos piratas foi descoberta ainda no verão, durante a corrida à liderança do partido Conservador.

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Segundo o Daily Mail, o assunto foi mantido em segredo para não manchar a candidatura de Liz Truss à liderança do partido. De entre as mensagens que terão sido hackeadas estão assuntos tão sensíveis quanto a discussão sobre o envio de remessas de armas para a Ucrânia.

O facto de se ter acedido a mensagens no telemóvel pessoal da então ministra dos Negócios Estrangeiros sobre questões tão sensíveis sobre a segurança e governação do país está a gerar uma onda de críticas na oposição.

“Os protocolos sobre a utilização de linhas seguras estão definidos há anos, porque razão a ministra dos Negócios Estrangeiros estava a usar o telemóvel pessoal”, criticou uma fonte ouvida pelo Daily Mail.