Luís Marques Mendes anunciou este domingo o retomar das reuniões de peritos no Infarmed, embora com contornos diferentes das reuniões periódicas que acompanharam a pandemia da Covid-19 ao longo de vários meses em Portugal.

Segundo o comentador político, a reunião deverá acontecer “na segunda semana de novembro”, mas terá apenas um caráter “pontual”. “Julgo que é útil, para fazer ponto de situação da vacinação da gripe e da Covid”, afirmou Luís Marques Mendes que aproveitou ainda para apelar à vacinação contra a gripe.

“Há uma enorme dificuldade em falar verdade ao país”

Noutro plano, Marques Mendes criticou, este domingo, a postura do Governo e da oposição, que acusa de “não falarem verdade ao país”. “Há uma enorme dificuldade em falar verdade ao país. De um lado e do outro”, disse o comentador, que acusou ainda o Governo de “demagogia”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Há demagogia no discurso do Governo quando diz, por exemplo, que no próximo ano há aumentos. Já todos percebemos que isso não é verdade. E na oposição há oposições, umas mais que outras, a exigir um Orçamento mais expansionista. Também não é possível, sabem que a guerra, a inflação e o excesso de dívida não permitem grande espaço de manobra”, disse Marques Mendes, acrescentando que “talvez fosse recomendável um pouco mais de verdade, equilíbrio e rigor.”

Exemplificando com faturas, Marques Mendes chamou ainda à atenção para os aumentos nas faturas da energia que, diz, vão “prejudicar as pequenas e médias empresas”. Reconhecendo que “Nuno Ribeiro da Silva talvez tivesse razão”, quando alertou em julho para aumentos de “40% ou mais na fatura da eletricidade”, Marques Mendes notou que o “mecanismo ibérico de eletricidade agrava as faturas”.

“Afinal Nuno Ribeiro da Silva não estava a ser assim tão alarmista. Há faturas de eletricidade que aumentaram 3 ou 4 vezes mais. Com tanto mecanismo ibérico onde está o resultado?”, questionou Marques Mendes que vê nas subidas dos créditos à habitação outro problema.

“Estes aumentos [nas faturas da eletricidade] vêm a seguir aos aumentos da alimentação e da perda real dos salários. Tudo isto em conjunto é assustador para as famílias. O governo não percebe? Acho que isto é um drama para as pessoas e que se devia agir com outra atenção e outro cuidado”, disse acrescentando que o “Governo não devia desvalorizar tanto a situação.”