Andreia Neto, vice-presidente da bancada do PSD e deputada em regime de não-exclusividade, acumula com a atividade no Parlamento a função de diretora-executiva da AMCO RGC, uma empresa especializada em recuperação e gestão de crédito, de que também é sócia, em conjunto com o marido, Altino Manuel Carneiro Osório — cada um detém 50%.

Apesar de o Estatuto dos Deputados considerar a situação “incompatível” — “integrar, a qualquer título, órgãos sociais de instituições, empresas ou sociedades de crédito, seguradoras e financeiras é incompatível com o exercício do mandato de deputado”, pode ler-se na alínea q) do ponto 1 do artigo 20.º; “está vedado aos deputados prestar serviços ou manter relações de trabalho subordinado com instituições, empresas ou sociedades de crédito, seguradoras e financeiras”, continua a alínea g) do ponto 6 do artigo seguinte —, Andreia Neto recusa a existência de qualquer ilegalidade e garante que “o Parlamento avaliou devidamente” o seu registo de interesses e que nunca lhe fez qualquer reparo nesse sentido.

“Com muita humildade lhe digo: nós não somos uma empresa de crédito, nós fazemos intermediação de crédito com os particulares”, disse a deputada social-democrata, que integra a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e foi eleita pelo círculo eleitoral do Porto, ao Público, que esta terça-feira avança a notícia.

De acordo com o jornal, apesar de ter referido, no registo de interesses que submeteu ao Parlamento em março, a quota de 50% que detém na AMCO RGC, Andreia Neto não fez qualquer referência ao cargo de diretora-executiva que desempenha. No site da empresa, com sede em Vila Nova de Famalicão, a deputada apresenta-se como “empreendedora e apaixonada pelas leis”, que se dedicou “mais recentemente à recuperação e gestão de créditos”.

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