Depois de o Ministério Público arquivar o processo, foi a vez de a Igreja arquivar o processo canónico por suspeitas de abuso sexual contra o padre de Massamá, no concelho de Sintra. Com estes arquivamento, o sacerdote vê assim levantada a sua suspensão, podendo voltar ao serviço pastoral, segundo o comunicado enviado desta terça-feira do Patriarcado de Lisboa.

A Comissão Diocesana de Proteção de Menores recebeu uma queixa em julho sobre um possível caso de abuso sexual sobre menores, alegadamente cometido pelo pároco de Massamá, Sintra, segundo anunciara o Patriarcado de Lisboa, no passado dia 07 de outubro. Em causa estariam alegados abusos praticados contra um jovem acólito e denunciados também à Comissão Independente que estuda os casos de abuso sexual na Igreja Católica em Portugal.

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Na altura, o patriarcado informou que o sacerdote, de 64 anos, tinha suspendido “o exercício do ministério pastoral na comunidade que lhe estava confiada, aguardando o apuramento da verdade”. O Patriarcado de Lisboa salientava que o caso seguia “os seus trâmites” e que se encontrava em segredo de justiça no foro canónico, “assim como no Ministério Público”. O Observador noticiou duas semanas depois o arquivamento deste caso por parte do Ministério Público, que não chegou a entregar o caso à Polícia Judiciária.

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Esta terça-feira, o Patriarcado dá conta que processo canónico diocesano foi igualmente arquivado, que a causa ficou concluída e “cessaram as medidas cautelares em vigor”.

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No mesmo comunicado, dá ainda conta da notificação, “pelo Ministério Público, do arquivamento do processo relativo ao envio de mensagens WhatsApp” envolvendo um outro sacerdote, capelão no Colégio S. Tomás, da Quinta das Conchas, em Lisboa. Na altura, tal como o Observador noticiou, a Polícia Judiciária foi chamada ao local e não encontrou no caso qualquer indício de crime que justificasse a abertura de um processo-crime. Já o comportamento do padre poderá ter uma avaliação diferente à luz da lei canónica.

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O Patriarcado de Lisboa anunciou porém no comunicado emitido esta terça-feira que este processo canónico continua “a aguardar instruções do Dicastério”.

“O Patriarcado de Lisboa renova o seu compromisso em tudo fazer para erradicar esta dramática realidade dos abusos de menores e está sempre disponível para colaborar com as autoridades competentes, tal como para acompanhar as vítimas que assim o desejarem”, prossegue a nota.