O primeiro-ministro checo, cujo país detém a presidência da União Europeia (UE), admitiu esta terça-feira, ao regressar de Kiev, que Bruxelas encara a imposição de sanções à Bielorrússia, aliada da Rússia, pelo seu papel no conflito na Ucrânia.

A Bielorrússia diz que não quer envolver-se diretamente na guerra, mas permite que soldados russos fiquem estacionados no país, que a Rússia usou como base de retaguarda para a invasão da Ucrânia a 24 de fevereiro.

“Estamos agora a analisar […] o papel da Bielorrússia e a potencial necessidade de atingi-la” com sanções, disse Petr Fiala à imprensa ao regressar de Kiev, onde, segunda-feira, se reuniu com vários ministros ucranianos.

A 7 de outubro, o Governo checo anunciou a realização de uma reunião conjunta com o gabinete ucraniano para 31 do mesmo mês, em Kiev.

Algumas sanções contra a Bielorrússia já estão em vigor, mas não podemos aceitar que a Bielorrússia apoie a política da Rússia ou que a Rússia contorne o impacto das sanções por meio de países como a Bielorrússia”, acrescentou Fiala.

A UE impôs já oito pacotes de sanções que visam sobretudo a indústria e várias personalidades política e do mundo financeiro desde o início da invasão da Ucrânia.

“[A Rússia tem de estar] cada vez mais isolada. Sabemos que as sanções estão a funcionar, podemos ver isso em muitos dados e temos de continuar a esse nível”, acrescentou Fiala.

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“Devemos perceber que os ataques contra a Ucrânia estão a ser realizados a partir do espaço aéreo da Bielorrússia e que a Bielorrússia está a fornecer armas à Rússia”, insistiu, por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jan Lipavsky.

Em outubro, Minsk e Moscovo anunciaram uma força militar conjunta e o exército ucraniano tem mostrado preocupação face à “ameaça crescente” de uma nova ofensiva russa a partir da Bielorrússia, vizinho ao norte da Ucrânia.

De acordo com o Ministério da Defesa da Bielorrússia, estarão estacionados no país cerca de 9.000 soldados russos e 170 tanques de guerra.