O secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, considerou esta quarta-feira que a região foi “uma vez mais discriminada” na atribuição de vagas para a formação de médicos especialistas em 2023, falando numa atitude “de grande irresponsabilidade”.

A Madeira vai contar com 38 vagas para a formação médica especializada no próximo ano, mais uma em relação ao ano passado, indicou o governante, falando numa cerimónia de assinatura de contratos-programa com diversas instituições.

A Madeira foi uma vez mais discriminada pela colocação de vagas médicas no nosso Sistema Regional de Saúde, num ano em que o concurso aumentou o número de vagas ao nível do Serviço Nacional de Saúde e onde a Madeira pede sempre o dobro das vagas que são concedidas, na ordem das seis dezenas”, disse Pedro Ramos.

O secretário regional da Saúde, do governo insular de coligação PSD/CDS-PP, lamentou que “especialidades como oftalmologia, cardiologia, ortopedia, psiquiatria, pedopsiquiatria e saúde pública” tenham ficado de fora.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Esta atitude foi de grande irresponsabilidade”, considerou o governante, reforçando que “os problemas do Serviço Nacional de Saúde não se podem estender aos serviços regionais da Madeira e dos Açores por decisões desta natureza”.

Pedro Ramos referiu ainda que a Madeira, apesar destas medidas, apoia no âmbito da saúde os arquipélagos dos Açores e de Cabo Verde, e recordou que foi recebida a primeira grávida de gémeos na unidade de neonatologia do Serviço Regional de Saúde.

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde revelou que o mapa de vagas para formação de médicos especialistas em 2023 é o “maior de sempre”, totalizando 2.054, mais 115 do que este ano, em que foram abertas 1.939 vagas.

“No concurso deste ano, que diz respeito aos internos que iniciarão a sua formação especializada a 1 de janeiro de 2023, o crescimento de vagas é significativo em diversas especialidades, estando já identificada a necessidade de continuar a reforçar, no futuro, a abertura de novas vagas em linha com as necessidades do SNS [Serviço Nacional de Saúde]”, salientou a tutela na mesma nota.