O Governo britânico reivindicou esta sexta-feira os “sucessos” da cimeira climática COP26 no ano passado em Glasgow, mas reconhece que é preciso mais para que os compromissos feitos sejam implementados.

Um relatório publicado na sexta-feira com o balanço de três anos da presidência britânica da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) defende que “o objetivo de limitar o aumento da temperatura mundial a 1,5.º C, embora fragilmente, continua vivo”.

Segundo o documento, foram feitos “progressos realizados para reduzir as emissões [de gases com efeito de estufa], mobilizar o financiamento [climático] e ajudar aqueles que são afetados pelas alterações climáticas”.

Porém, “reconhece também que é necessário fazer mais na COP27 e depois para implementar os compromissos assumidos na COP26”.

“Sob a administração do Reino Unido e durante uma pandemia global, a COP26 reuniu quase 200 países para alcançar o histórico Pacto Climático de Glasgow”, reivindica.

Entre os resultados enumerados estão os compromissos para a redução das emissões, aumentar o financiamento climático, acelerar a transição para energias renováveis e negociação das regras para a implementação do Acordo de Paris.

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“Este progresso foi alcançado no contexto de um contexto geopolítico incrivelmente difícil, causado pela invasão ilegal da Ucrânia por [Vladimir] Putin, que demonstrou a relação integral entre as alterações climáticas, a segurança energética e a vulnerabilidade causada pela nossa dependência dos combustíveis fósseis”, refere o Governo britânico.

O relatório será lançado na sexta-feira à tarde em Londres num evento com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o Presidente da COP26, Alok Sharma, e dirigentes empresariais.

Antes, o Rei Carlos III vai organizar um evento no Palácio de Buckingham com líderes empresariais, políticos e organizações internacionais para assinalar o fim da presidência britânica da cimeira climática.

Decisores políticos, especialistas, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se entre 6 e 18 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito na COP27, para tentar travar o aquecimento do planeta.

Líderes como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já confirmaram que vão estar presentes, com o Governo português a ser representado pelo primeiro-ministro António Costa.

A COP27, que marca o 30.º aniversário da adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original) mantém os mesmos objetivos de outras cimeiras desde 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris, para limitar o aquecimento global a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.