Os fãs de futebol de vários países participantes no campeonato do mundo no Qatar estão, alegadamente, a ser aliciados pela organização do evento para dizerem bem do país e denunciarem outros fãs que digam mal. O jornal The Times aponta situações em Inglaterra, País de Gales, Países Baixos, França e Estados Unidos.

O Programa de Líderes de Fãs está aberto aos fãs de qualquer um dos países em competição. De Inglaterra deverão viajar, pelo menos, 40 elementos, incluindo quatro músicos da banda oficial da seleção inglesa, e outros 40 a partir do País de Gales.

O programa foi divulgado pela Associação de Futebol inglesa que disse desconhecer o código de conduta que os fãs teriam de assinar. Inicialmente, parecia corresponder a um fórum onde os fãs de futebol poderiam contribuir para a organização do evento e, com isso, ganhar a oportunidade de viajar para o Qatar, referiu a associação.

Foi-nos dito que seria uma oportunidade para nos envolvermos com adeptos de todas as nações em competição para garantir que a voz dos adeptos fosse claramente ouvida na organização do Campeonato do Mundo e que muitas associações de futebol internacionais estavam a ser abordadas”, lê-se numa declaração da associação citada pelo The Times.

Neste alegado código de conduta, os fãs que quisessem ter bilhetes para os estádios — incluindo cerimónia de abertura —, voos e alojamento, teriam de aceitar ficar no Qatar duas semanas, ser filmados a cantar as músicas nacionais de acordo com o esquema previsto pela organização (para aparecerem na televisão), partilhar mensagens positivas sobre o Qatar e a organização e denunciar os fãs que partilhassem mensagens ofensivas ou abusivas.

Os contactos do Comité Supremo do Qatar, que está a organizar o torneio, com os adeptos pode já ter começado há dois anos, mas só em setembro se terão tornaram claras as condições para que pudessem viajar com todas as despesas pagas.

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