A Meta, a empresa que é dona do Facebook e do Instagram, poderá ser a próxima grande tecnológica a iniciar uma ronda de despedimentos. A informação está a ser avançada pelo Wall Street Journal, citando uma fonte anónima, com conhecimento do tema.

A notícia aponta que esta redução do número de trabalhadores poderá começar ainda esta semana, mais especificamente na quarta-feira. Na apresentação de resultados mais recente, a empresa de Mark Zuckerberg indicava que tinha 87 mil trabalhadores, números relativos ao final de setembro.

A confirmar-se esta redução poderá mesmo tornar-se no primeiro grande corte da força de trabalho da Meta em 18 anos de história. Um porta-voz da Meta não teceu comentários ao Wall Street Journal sobre o assunto, remetendo apenas para uma declaração recente de Mark Zuckerberg, onde foi dito que a empresa quer “focar os investimentos num número pequeno de áreas de crescimento vistas como altamente prioritárias”.

Esta não é a primeira vez que é noticiada a possibilidade de despedimentos na Meta. A empresa tem estado pressionada pelo contexto macroeconómico e tem assistido a um expressivo aumento dos custos devido aos investimentos na área do metaverso.

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Durante o verão, vieram a público algumas declarações de Mark Zuckerberg, o fundador e CEO da companhia, feitas durante uma reunião com os empregados. Nessa ocasião, Zuckerberg já terá notado que há demasiadas pessoas na tecnológica. “Realisticamente, há provavelmente uma quantidade de pessoas na companhia que não devia estar aqui”, citou a Reuters na altura.

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“A minha esperança é que ao aumentar os objetivos — tornando-os mais agressivos — e ao aumentar a pressão [para os trabalhadores] alguns decidam que este lugar não é para vocês e, para mim, essa auto-seleção está ok”, terá dito Zuckerberg durante a reunião.

Zuckerberg tem estado na berlinda devido ao desempenho financeiro da empresa. No mês passado, a empresa apresentou um recuo de 52% dos lucros em relação ao período homólogo, para 4,4 mil milhões de dólares no terceiro trimestre. Já os custos cresceram 19% para 22 mil milhões de dólares.

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Na apresentação de resultados, o diretor financeiro da companhia, David Wehner, deixou ainda avisos sobre como a área Reality Labs, onde estão incluídos os planos de realidade virtual e metaverso, deverá continuar a sair cara à empresa. “Antecipamos que as perdas operacionais da Reality Labs em 2023 cresçam significativamente em termos homólogos”, justificando este possível cenário como os investimentos na próxima geração de dispositivos Quest.

Além destes possíveis despedimentos na Meta, também já foi notícia a redução de trabalhadores da Microsoft. Os casos mais recentes de despedimentos entre as tecnológicas foram registados no Twitter, depois de Elon Musk assumir a gestão da empresa. Elon Musk já começou a despedir trabalhadores na semana passada, pretendendo reduzir metade dos 7.500 empregados da rede social.

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