A obra “Campbell’s Soup Cans”, uma das mais famosas do artista norte-americano Andy Warhol, e que estava exposta na Galeria Nacional de Arte em Camberra, Austrália, foi esta quarta-feira vandalizada por ativistas climáticos do grupo Stop Fossil Fuel Subsidies, naquele que é o mais recente ato de protesto a envolver obras de arte.

Num vídeo divulgado pelo próprio grupo ativista, é possível ver uma das manifestantes a rabiscar com um marcador azul vários dos 32 painéis que compõem a obra, colando-se de seguida a um dos painéis como forma de protesto.

Andy Warhol retratou o consumismo enlouquecido nesta série icónica“, afirmou uma representante do grupo ativista, que se opõe aos subsídios estatais para a exploração petrolífera. “Agora temos o capitalismo enlouquecido. As famílias têm de escolher entre medicamentos e alimentos para os seus filhos, enquanto as empresas de combustíveis fósseis somam lucros recorde”.

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Os painéis que compõem a obra encontram-se protegidos por um vidro, pelo que a extensão dos danos causados não é clara. A National Gallery recusou-se a comentar se o quadro estava danificado. “Um protesto teve lugar na National Gallery of Australia na sequência de incidentes semelhantes noutros locais na Austrália e no estrangeiro”, disse apenas um porta-voz numa declaração.

Um dos mais influentes artistas do século XX, expoente máximo do movimento pop art, Andy Warhol é a mais recente “vítima” de uma tendência crescente de protestos que visam chamar à atenção para o impacto do uso de combustíveis fósseis nas alterações climáticas. Episódios recentes incluem protestos contra o quadro “Girassóis”, de Vincent van Gogh, pintada em 1888, ou a conhecida pintura de Johannes Vermeer, “Rapariga com Brinco de Pérola”, datada de 1665. Em ambos os casos, as ações de protesto foram levadas a cabo por um outro grupo de ativistas climáticos, o Just Stop Oil.

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“Campbell’s Soup Cans” é uma das obras mais emblemáticas da arte norte-americana do século XX. Alvo de várias interpretações desde a sua primeira exibição em 1962, tem sido entendida ora como um elogio à prosperidade da sociedade contemporânea, ora como uma crítica à reprodução em massa de objetos capitalistas.