A Proteção Civil de Lisboa registou, entre as 12h00 e as 22h00 de terça-feira, 229 ocorrências relacionadas com o mau tempo, maioritariamente inundações e quedas de árvores, continuando esta quarta-feira os trabalhos de remoção dos destroços.

Neste momento, as únicas situações que ainda estão pendentes são as relativas às árvores, porque foram muitas árvores, árvores grandes, portanto que obrigam a ser cortadas e a serem removidas depois, o que demora sempre mais tempo. Esses são os trabalhos que hoje ainda estão em curso na cidade”, afirmou a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil, Margarida Castro Martins.

Em declarações à agência Lusa, a responsável da Proteção Civil de Lisboa disse que o balanço global do mau tempo na cidade contabiliza 229 ocorrências, registadas entre as 12h00 e as 22h00 de terça-feira, indicando que “às 22h00 ainda estavam 25 ativas”.

Entre as ocorrências registadas estão 82 inundações, 51 em espaço privado e 31 em espaço público, e 27 quedas de árvores, que afetaram, principalmente, as freguesias de Alcântara, com 33 situações, Alvalade (30), Estrela (28) e Avenidas Novas (28).

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Mau tempo em Lisboa: zona de Alcântara atingida por “tornado de fraca intensidade”, diz IPMA

Margarida Castro Martins referiu que não há registo de pessoas feridas nem desalojadas, assegurando que houve apenas danos materiais.

De acordo com a diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil, o que ocorreu na terça-feira na cidade de Lisboa “foi um fenómeno extremo inesperado, que nem sequer foi previsto pelo IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera], e que consistiu num pico de precipitação, acompanhado de ventos fortes, que ocorreu entre as 13h00 e as 14h00, e culminou com um tornado na zona de Alcântara”.

“O pico das ocorrências aconteceu por volta das 15h00”, adiantou, acrescentando que as freguesias mais afetadas pelo tornado foram Alcântara e Estrela.

Em resultado desse fenómeno de vento extremo, a Proteção Civil de Lisboa acorreu a situações de “muitas árvores caídas, muitas árvores até arrancadas pela raiz”, contabilizando em Alcântara danos em, “pelo menos, 25 viaturas” que estavam estacionadas junto ao Jardim do Alto de Santo Amaro.

Durante a tarde e a noite de terça-feira, o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa e os bombeiros voluntários da cidade, assim como as equipas dos espaços verdes e da higiene urbana da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia, estiveram a resolver as ocorrências, realçou a responsável da Proteção Civil, referindo que “há trabalhos que hoje ainda se prolongam até à normalização da cidade e das zonas afetadas”, que tem que ver com ao corte e remoção das árvores caídas.

Relativamente às inundações registadas, Margarida Castro Martins justificou as ocorrências com o pico de precipitação, que provocou um “fluxo anormal de água”, o que teve como consequência o levantamento de muitas tampas de escoamento de águas.

Quando há um fenómeno assim de tanta intensidade [de precipitação] em tão pouco tempo, que ainda por cima coincidiu com a maré alta, torna sempre mais difícil este escoamento das águas”, argumentou.

Na terça-feira, a Proteção Civil de Lisboa fez um primeiro balanço das situações devido ao mau tempo, registando 89 ocorrências, entre as 13h00 e as 15h00, afetando sobretudo as freguesias de Alvalade e de Alcântara, com diversas inundações, quedas de árvores e viaturas danificadas.

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Na terça-feira, a zona de Alcântara foi afetada por “um tornado de fraca intensidade”, segundo Patrícia Marques, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que explicou ter-se tratado de “uma supercélula, que passou com bastante atividade e fez um movimento rotacional que terá resultado na imagem semelhante a um funil”.

O “fenómeno de vento extremo” foi detetado pelos dados de radar do IPMA e teve “curta duração no tempo”.