O ex-presidente norte-americano Donald Trump admitiu esta quarta-feira que os resultados do seu partido foram “de certa forma dececionantes” por não terem produzido a “onda vermelha” (a cor dos Republicanos) no Congresso que algumas sondagens previam.

Numa mensagem na sua rede social, a Truth Social, o ex-presidente disse que “de certa forma, as eleições de ontem foram algo dececionantes”, embora tenha esclarecido de imediato que, segundo o seu ponto de vista “pessoal”, foram um triunfo.

Ouça aqui o novo episódio do podcast “A História do Dia” sobre as eleiçoes intercalares.

Trump é o grande derrotado das intercalares?

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O ex-chefe de Estado, que, presume-se, irá apresentar a sua candidatura às eleições presidenciais de 2024 no dia 15 de novembro, não deixou passar a oportunidade para lançar farpas a Ron DeSantis, que no rescaldo das eleições está a ser apontado como um forte candidato — e uma ameaça para Trump — à nomeação Republicana.

Desvalorizando a sua prestação nas eleições da Florida (que DeSantis venceu), Trump lembrou que em 2020, nas eleições presidenciais, teve mais votos do que o governador da Florida conseguiu nas intercalares.

Agora que a eleição na Flórida acabou e tudo correu bem, não devia ser mencionado que, em 2020, eu consegui mais 1.1 milhões de votos na Flórida do que os do Ron D este ano, 5.7 para 4.6 milhões? Estou só a perguntar?” afirmou o ex-Presidente.

Os Republicanos anteciparam para estas intercalares uma grande “onda vermelha” que lhes devolveria o poder no Congresso, mas a sua vantagem na Câmara de Representantes, e um impasse no Senado, esvaziaram as expectativas e colocaram em causa tanto a sua força, quanto a de Trump.

Esse tsunami vermelho, previsto pelo senador do Texas Ted Cruz e algumas sondagens, tornou-se numa leve onda. De acordo com as últimas projeções da imprensa, a futura maioria no Senado será decidida em três estados-chave: Arizona, Nevada e Geórgia, onde os resultados das eleições demorarão a serem conhecidos, e prolongarão a incerteza até dezembro.

De momento, segundo as projeções da rede CNN, os Democratas têm 48 das 100 cadeiras na câmara alta do país, contra 49 dos republicanos, permanecendo apenas por determinar os resultados do Arizona, Nevada e Geórgia.

Mesmo assim, ainda há meios de comunicação como The New York Times ou The Washington Post que dão empate no Senado, com 48 cadeiras para os Democratas e 48 para os Republicanos, porque ainda não terminaram as suas estimativas para o Alaska, onde a CNN projetou uma vitória Republicana.

Em relação à Câmara dos Representantes, com 435 cadeiras em jogo e a contagem de votos ainda em andamento, as projeções colocam os Republicanos à frente: a CNN concede-lhes 203 cadeiras e 187 aos democratas, enquanto o New York Times estima 204 cadeiras para os primeiros e 176 para os segundos.