A Audi reorganiza a sua gama de veículos eléctricos. O SUV mais luxuoso e de maiores dimensões da marca dos quatro anéis, até aqui conhecido como Audi e-tron, adopta a denominação Q8 e-tron, o topo de gama do construtor alemão. Continua a ser oferecido nas versões normal, com carroçaria mais volumosa e espaçosa, a que se junta, como anteriormente, a opção estilo SUV Coupé, a Sportback. Mas a denominação não é a única coisa que muda, uma vez que o modelo refresca a estética e incrementa a capacidade da bateria, o que lhe permite aumentar a autonomia em quase 25%.

O e-tron foi o primeiro veículo eléctrico da Audi, essencialmente um SUV sólido, bem construído e equipado, oferecido em duas versões em que a normal é mais volumosa e a Sportback surge como mais dinâmica e desportiva, devido à maior inclinação do pilar traseiro. O novo Q8 e-tron mantém esta oferta, mas envolta numa estética mais apelativa e com um certo ar de Q4 e-tron, o outro SUV eléctrico do construtor com dimensões mais comedidas.

Mais bateria igual a autonomia redobrada

Se a estética valoriza o novo Q8 e-tron, o maior ganho do SUV foi obtido a nível da capacidade da bateria, o que permite incrementar a autonomia, que até aqui era um dos pontos mais fracos desta proposta da Audi. A gama é composta pelas versões Q8 50 e-tron, a mais acessível, Q8 55 e-tron (a intermédia) e a SQ8 e-tron, a mais desportiva e potente, estando todas elas disponíveis com a carroçaria normal e Sportback.

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Os novos topo de gama da Audi evoluem também no capítulo da aerodinâmica, ao verem o Cx baixar de 0,28 para 0,27, na carroçaria normal, e de 0,26 para 0,24 no Sportback, o que também vai ajudar a percorrer distâncias superiores com a mesma energia.

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O Q8 50 e-tron, como já acontecia na versão anterior do SUV, monta uma bateria mais pequena, mas a sua capacidade subiu dos anteriores 64,7 kWh (71 kWh brutos) para 89 kWh (95 kWh brutos), um incremento de 37,6%. Daí que a anterior autonomia também tenha evoluído em sintonia, tendo passado de 339 km entre recargas para uns bem mais interessantes 491 km (505 km no Sportback).

A versão intermédia, o Q8 55 e-tron, vê igualmente a capacidade do seu acumulador aumentar, com 106 kWh (114 kWh brutos), em vez dos anteriores 86,5 kWh (95 kWh brutos). São mais 22,5%, o que explica que a autonomia tenha subido de 404 km para 582 km (600 km no Sportback), uma diferença de 178 km entre recargas que agradará certamente aos utilizadores. De recordar que os Q8 e-tron, face ao modelo anterior, mantêm a frunk com 62 litros, mas atrás o volume da bagageira perde 31 litros, fixando-se nos 569 litros (528 litros para as versões Sportback).

O novo topo de gama, até aqui apelidado e-tron S, passa agora a SQ8 e-tron, mais de acordo com o que é habitual neste construtor. Com a mesma potência, a bateria com 106 kWh úteis (em vez de 86,5 kWh) garante 494 km de autonomia, valor bem superior aos 361 km (mais 133 km) reivindicados até aqui.

Sempre 4×4. Com dois ou três motores

Todos os Q8 e-tron montarão dois motores eléctricos, um por eixo, para assegurarem tracção integral, que nas versões mais desportivas adopta uma gestão mais sofisticada com vectorização do binário para melhorar o comportamento. Mas há diferenças, uma vez que o motor traseiro continua assíncrono, mas tem mais bobinas (14 em vez de 12), o que tem como consequência obter mais força ou menos consumo, segundo o fabricante.

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O Q8 e-tron menos potente é o 50, com a bateria mais pequena (89 kWh úteis, ainda assim maior do que o maior dos acumuladores utilizados anteriormente, que era de 86,5 kWh) e 250 kW de potência, o que equivale a 340 cv e um binário de 664 Nm. A potência é mais que suficiente para a versão de acesso à gama de um modelo deste tipo – os actuais Q8 a gasolina e a gasóleo mais acessíveis ofereciam 340 cv/500 Nm (Q8 55 TFSI), 232 cv/500 Nm (Q8 45 TDI) e 286 cv/600 Nm (Q8 50 TDI) –, pelo que não deverá ter dificuldades em satisfazer o utilizador. A velocidade máxima está limitada a 200 km/h.

O Q8 55 e-tron será provavelmente a versão mais procurada, mantendo os dois motores e o mesmo binário (664 Nm). Contudo, a potência sobe para 408 cv, o mesmo valor de que já beneficiavam os anteriores Audi e-tron, o que se não altera a velocidade máxima auto-limitada (200 km/h), garante que os 100 km/h ficam para trás ao fim de 5,6 segundos.

O Q8 e-tron mais desportivo, o SQ8 e-tron, é o único a instalar três motores, dois dos quais no eixo traseiro. A potência total ascende a 503 cv e o torque a 973 Nm, mais uma vez o mesmo desempenho dos anteriores Audi e-tron S, o que eleva a velocidade de ponta até aos 210 km/h, com os 0-100 km/h estimados em 4,7 segundos.

E para facilitar a utilização em viagem, a capacidade de carga das baterias em corrente contínua sobe de 150 kW para 170 kW, nos acumuladores com 106 kWh úteis (as baterias com 89 kWh mantêm-se nos 150 kW), com a potência de recarga em corrente alternada a manter-se de série nos 11 kW, podendo ascender a 22 kW.

Encomendas, entregas e preços?

Agora capaz de se bater com rivais germânicos como o BMW iX e Mercedes EQE, ambos com bitola similar (4,9 metros), o novo Audi Q8 e-tron poderá ser encomendado já a partir deste mês. As primeiras unidades deverão começar a ser entregues a clientes no primeiro trimestre de 2023, a partir de Fevereiro nos principais mercados.

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A Alemanha anunciou preços a partir de 74.400€, referindo-se à versão Q8 50 e-tron, modelo que em Espanha será proposto por 84.000€. Espera-se que entre nós o valor seja ligeiramente superior, devido à diferença entre o IVA dos diferentes países. A versão Sportback exige mais 2500€ (em Espanha), com os preços a praticar em Portugal a serem revelados mais tarde.