O Presidente dos EUA, Joe Biden, considerou os resultados das eleições intercalares desta terça-feira “um dia bom para a democracia e para os EUA”. Na primeira declaração após as midterms, o líder norte-americano falou ainda do seu futuro político, assegurando que só anunciária decisões no próximo ano.

“A democracia é quem nós somos”, começou por dizer Biden. “Apesar de nem todos os democratas terem ganho, tivemos uma boa noite”, reforçou, antes de relembrar “a gigante onda vermelha [ndr: vitória do Partido Republicano] que a imprensa e os comentadores previam.”

“Os eleitores mostraram que estão frustrados, eu percebo. Herdámos um país em plena pandemia”, lembrou, o Chefe de Estado norte-americano, que sublinhou estar “apenas a começar”. “Nos próximos meses isto vai ficar claro, mantenho-me otimista em relação à perceção que as pessoas vão ter do nosso trabalho”, confessou.

“Apesar de estarmos a gerir a inflação, causada pela guerra de Putin, estamos a fazê-lo melhor que a maior parte dos países desenvolvidos”, sublinhou, para lembrar os “milhões de postos de trabalho” que já criou no pós-pandemia no país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Tenciono trabalhar com os meus colegas republicanos, espero que estejam preparados para trabalhar comigo também. Espero que possamos continuar a trabalhar juntos para que possamos fazer frente à agressão russa à Ucrânia”, acrescentou Biden, que aproveitou o momento para anunciar que vai “convidar os líderes dos dois partidos para uma reunião na Casa Branca”.

O Presidente dos EUA aproveitou o momento para deixar algumas indicações sobre o que pretende das suas políticas internas. Mantendo a intenção de taxar os “milionários” norte-americanos, Joe Biden insistiu ainda na necessidade de “fortalecer a classe média”. “Os ricos estão muito bem, é preciso fortalecer a classe média que é o que faz dos Estados Unidos um país grande. Quando olhamos para o corte de impostos, tem que ser para quem trabalha. Os milionários têm que pagar a sua conta justa de impostos. Não é correto que tenham lucros e não paguem determinados impostos”, considerou, deixando garantias de “não ceder no direito ao aborto” e de “não cortar nos seguros de saúde”.

Sobre a conjuntura internacional, Joe Biden mostrou-se igualmente positivo: “Fomos a única nação do mundo a sair mais fortes da crise do que quando entrámos nela. Nunca estive tão otimista em relação ao futuro dos Estados Unidos como agora.”

Recandidatura? “Decisão familiar”

Após a declaração, e questionado pelos jornalistas sobre o que pensa fazer relativamente às próximas eleições, Biden garantiu que não irá apressar uma decisão relativamente à recandidatura à presidência dos EUA. O líder da Casa Branca revelou que irá falar com a mulher, Jill Biden, sobre a atitude a tomar durante as Festas de Natal e que a mesma será comunicada aos norte-americanos no início do ano.

“Será uma decisão de família”, declarou. “Não sinto nenhuma pressa para decidir para um lado ou outro”.

Joe Biden foi eleito Presidente dos Estados Unidos nas eleições de 2020, quando venceu o ex-Presidente republicano Donald Trump, com 51,3% dos votos contra 46,8% dos votos.