O ministro do Ambiente afirmou esta quinta-feira que o país tem de esgotar todas as possibilidades de financiar a nível europeu o projeto para o reforço das interligações energéticas, no âmbito do acordo político alcançado entre Portugal, Espanha e França.

“O país tem de esgotar todas as possibilidades para financiar este projeto a nível europeu”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, aos deputados das comissões parlamentares de Ambiente e Energia e de Assuntos Europeus, em audição sobre as discussões e conclusões do Conselho de Energia de 25 de outubro.

O objetivo, acrescentou o ministro, é que o projeto não “se transforme num ónus” para os consumidores portugueses, refletivo nas faturas da energia.

O governante explicou que a estimativa de custos para a terceira interligação de gás entre Portugal e Espanha, feita pela REN – Redes Energéticas Nacionais, é de 300 milhões de euros, e se procurará que tenha financiamento europeu, através do Programa Interligar Europa, que prevê a inscrição do projeto como sendo de interesse comum.

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Duarte Cordeiro lembrou o desígnio europeu de maior resiliência energética futura, nomeadamente para ser independente da importação de matérias-primas russas, no seguimento da invasão da Ucrânia.

Os países têm de ir adaptando ou construindo as suas infraestruturas, para corresponder a esse desígnio europeu. Se a Europa tem esse desígnio, também tem de ser responsabilizada para apoiar os países nesse desígnio”, defendeu o ministro.

Questionado sobre a nova interligação entre Portugal e Espanha, cujo traçado desenhado entre Celorico da Beira e Zamora foi ‘chumbado’ pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), devido a um troço que não cumpria os requisitos ambientais, Duarte Cordeiro disse que o desenho de um novo traçado, que evite aquele troço, “não traz custos adicionais”.

“Temos de ir procurando traçados até encontrar um que tenha Declaração de Impacto Ambiental favorável”, vincou o ministro.

Em 20 de outubro, Os Governos de Portugal, França e Espanha alcançaram um acordo para acelerar as interconexões energéticas, que prevê um “Corredor de Energia Verde” para as interligações energéticas entre os países, apostando numa ligação por mar entre Barcelona e Marselha (BarMar), em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus (MidCat), discutida há vários anos, mas que não era apoiada por França.