As situações “anómalas” que vieram a público na sequência da atribuição do apoio de 125 euros — como a morada em Lisboa para onde foram parar 33 cheques — vão ser fiscalizadas e daí serão tiradas todas as consequências “até ao limite”. A garantia foi deixada pela ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, em resposta ao Chega, que quis saber se há cruzamento de dados para evitar situações como esta.

A pergunta veio do deputado Pedro Pinto que, inclusive, elencou alguns dos nomes dos destinatários dos cheques. Mendes Godinho não gostou que o tivesse feito e respondeu que o Governo não olha para nacionalidades quando atribui apoios.

Pagamento do apoio de 125 euros gera dúvidas. Um guião sobre o processamento das ajudas anti-inflação

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Acho inaceitável. (…) Não acreditamos em portugueses de mal e portugueses de bem. Acreditamos em pessoas que vivem em Portugal e que, independentemente do nome e da origem, da família, de onde vivam, têm direito a uma vida digna. Faremos sempre [medidas] independentemente de nomes e de nacionalidade”, respondeu.

A ministra assegurou que sempre que são detetadas “situações anómalas”, há “fiscalização” e são retiradas as “consequências até ao limite”. “Nunca condicionamos a atribuição de apoio ou de medidas em função da nacionalidade”, afirmou.

O apoio extraordinário pago pela Autoridade Tributária já chegou a 90% dos contribuintes elegíveis, adiantou mais tarde o ministro das Finanças, Fernando Medina. Ao todos, foram pagos cerca de 600 milhões de euros, em mais de 4,4 milhões de euros transferências por via do Fisco. Mas há apoios que chegam às famílias através da Segurança Social. Nesse caso, já foram atribuídos 120 milhões de apoio extraordinário e, no caso do extra de meia pensão, para os pensionistas, foram entregues mil milhões de euros.