Com muitas críticas a António Costa por ter “escolhido” aceitar abrir um processo de revisão constitucional que partiu do Chega — uma atitude “lamentável”, nas palavras da bloquista Mariana Mortágua –, o Bloco de Esquerda vai ainda assim ser parte ativa da discussão, apresentando esta sexta-feira na Assembleia da República mais uma proposta de revisão.

Apesar de tudo, Mariana Mortágua acusou o primeiro-ministro de “usar o processo de revisão constitucional para fugir ao mar de escândalos onde se tem envolvido”, defendendo que “o debate deve ser como aumentar salários e proteger a habitação e a saúde.”

Os bloquistas dizem que o projeto de revisão constitucional do partido se irá debruçar no “respeito pelo género, combate à xenofobia e respeito das pessoas com deficiência”, também na “criação de um serviço nacional de cuidados, tal como existe no SNS” e na “salvaguarda do acesso à saúde e à habitação.”

Na área ambiental, os bloquistas preveem “introduzir de forma transversal na Constituição a defesa do ambiente, natureza e seus recursos.” E, tal como o PSD, vai avançar com a proposta de reduzir a idade de “voto aos 16 anos” e alargar ainda o direitos de voto aos emigrantes.

Na área das empresas e dos lucros, quer o Bloco que a Constituição tenha também um “novo direito à participação dos trabalhadores nos lucros das empresas.”

Na quinta-feira, Catarina Martins já tinha feito críticas à forma como processo está a ser conduzido e apelou ao Parlamento que adiasse a discussão sobre a revisão constitucional para depois da votação do Orçamento do Estado para 2023.

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